Postei, vendi: Instagram turbina negócios e faturamento de micro e pequenas empresas mineiras

Rafaela Matias
18/01/2019 às 20:19.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:06
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Empreendedores mineiros encontraram um aliado para impulsionar seus negócios: o Instagram. Eficiente e econômica, a ferramenta virou queridinha de micro e pequenos empresários do Estado e possibilita crescimento de até 80% no faturamento.

A rede social é usada hoje por 35% dos pequenos negócios do país, com mais de 60 milhões de fotos postadas por dia, conforme dados divulgados pelo Sebrae Minas. Não por acaso, o Instagram também é a plataforma que mais cresce no mundo e o Brasil está no segundo lugar da lista de países com maior número de adeptos (35 milhões), atrás apenas dos EUA. 

Para Jonas Bovolenta, analista técnico do Sebrae Minas, o sucesso da rede social como alavanca de vendas está diretamente relacionado ao comportamento de consumo moderno. LUCAS PRATES Cléo Zocrato rendeu-se à rede social depois de perceber que estava perdendo a chance de divulgar sua loja 

“O despertar do interesse e do desejo do consumidor está cada vez mais relacionado ao sentido da visão. Como o Instagram é uma plataforma essencialmente visual, se torna muito interessante para as empresas como um canal de impulsionamento de vendas”, afirma ele, destacando que a divulgação também é prática e barata, o que casa com as necessidades dos micro e pequenos empresários.

A empresária Nathália Bessa comprovou a teoria otimizando de forma surpreendente o investimento em divulgação. Proprietária de um estúdio especializado em extensão de cílios, no Centro de BH, ela gasta cerca de R$ 30 por mês com posts patrocinados no Instagram. Com isso, consegue atrair cerca de 10 clientes por dia em busca de serviços que custam entre R$ 250 e R$ 480. 

“Hoje, cerca de 95% das minhas clientes chegam através do Instagram. Costumo dizer que ele dá mais retorno que a propaganda em televisão, porque as famílias vão para a frente da TV e ficam todos olhando para a tela do celular”, brinca Nathália. 

Mas se engana quem pensa que o trabalho não é árduo. A moça gasta até 4 horas diárias planejando os posts, fazendo fotos, respondendo clientes e alimentando a plataforma. “Já considero parte do meu trabalho”, diz. 

A microempreendedora Cléo Zocrato, dona da loja Trecos e Afetos, no edifício Maletta, viu o faturamento do negócio crescer 80% desde que abriu uma conta no Instagram, em julho de 2015. Ela, que vende de chá orgânico a móveis e produtos inspirados na artista Frida Kahlo, rendeu-se à rede social depois de perceber que estava perdendo oportunidade de divulgar seus produtos para um número ilimitado de pessoas. 

“Um dia, uma senhora, que parecia ser bem conservadora, chegou na minha loja e perguntou se eu tinha Instagram. Vi que não dava mais para ficar sem”, conta. 

A interatividade da rede social também fez com que plataformas até então essenciais, como os sites, se tornassem secundárias. 
“Tenho um site da loja, mas vejo que as pessoas me buscam mesmo é pelo Instagram, que oferece um contato mais direto e interativo”, afirma Suelen Cassimiro, proprietária da loja de roupas Donnatela, no Vila da Serra. Ela recebe mais de 100 mensagens por dia na rede social. “Respondo todas. Como a minha loja fica em uma sala fechada, o Instagram é a minha vitrine. Percebo que 80% das novas clientes chegam através dele e 100% das vendas ocorrem depois que a pessoa viu as peças on-line”, diz. 

 

Cuidados simples ajudam a aproveitar melhor a ferramenta 

Segundo a especialista em marketing digital e redes sociais, Camila Capone Durante, os empresários precisam tomar alguns cuidados para conseguir um retorno satisfatório e aproveitar ao máximo os recursos oferecidos pelo Instagram. Os erros mais comuns são não dar retorno aos clientes e não estipular uma frequência adequada de postagens. 

“Se você não interage com os seguidores, eles ficam desestimulados a fazer novas interações com a marca. Postar muito pouco também é problemático, porque impede que o seu canal se torne relevante. Já o excesso de conteúdo pode fazer com que o usuário fique cansado das suas postagens e deixe de seguir”, explica. 
Para encontrar a frequência e o conteúdo ideais, a especialista sugere que o empresário faça alguns testes. “Observe quais os tipos de posts dão mais resultado e teste o modelo de conteúdo em outras datas e horários para descobrir qual o melhor momento para usá-los”, orienta. 

Outro passo importante é identificar quem é o público-alvo do negócio, quais são os interesses dele em relação à empresa e os hábitos de consumo que norteiam a decisão de compra. “Isso vai direcionar que tipo de conteúdo criar”, afirma Capone, que também recomenda fazer um cronograma de postagens para organizar o tempo e distribuir melhor o conteúdo. Caprichar nas fotos e evitar textos longos também são peças-chave para o sucesso na rede. 

Para Laura França, proprietária da agência Conte-me, especializada em soluções de comunicação digital para pequenos e médios negócios, um ponto fundamental é ter simpatia, ser atencioso e nunca discutir na rede social. 

“Se um potencial cliente vai até o Instagram da sua empresa e não é bem atendido on-line, ele pode se desinteressar pelo produto na mesma velocidade com a qual se interessou”, diz. Segundo ela, demorar a responder, não responder exatamente o que foi perguntado e dar informações insuficientes são erros graves. <EM>

Oficina
Para não correr o risco de errar, a empresária Adriana Pimenta, que vende joias e semijoias, pretende fazer um curso de gestão de redes sociais para empresários, oferecido pelo Sebrae Minas. “Sou uma pessoa que entende zero de tecnologia. Por isso quero aprender a gerir melhor o Instagram e explorar esse mundo”, conta. 
O próximo curso está marcado para o dia 30 deste mês e será voltado para a produção e edição de fotos pelo celular para o Instagram. Inscrições podem ser feitas pelo telefone 0800 570 0800.

  

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