Preço de bebidas varia até 150% em BH

Bernardo Almeida
09/12/2019 às 21:52.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:59
 (Arquivo / Agência Brasil)

(Arquivo / Agência Brasil)

Pesquisar os preços pode gerar economias significativas para os frequentadores de bares de Belo Horizonte e região metropolitana, principalmente para itens como a caipirinha, em que o preço varia até 150% entre os estabelecimentos, e porções de batata frita e picanha, que apresentam diferença de 270% e 326,07%, respectivamente, entre os 64 bares pesquisados pelo site Mercado Mineiro. 

“Há uma série de motivos para essa variação tão grande que passam pelo custo de produção, como a base de produtos, o chope pode ser artesanal ou industrial, o tipo de cachaça que o bar usa para a caipirinha”, explica Ricardo Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG). Na pesquisa do Mercado Mineiro, a bebida custa entre R$ 8 e R$ 20. “Há bares em que o imóvel tem aluguel de R$ 30 mil, e outros com aluguel de R$ 3 mil”, complementa Rodrigues.

O coordenador do MercadoMineiro, Feliciano Abreu, cita o exemplo das cervejas para demonstrar como consultar os preços traz uma economia significativa para os botequeiros. “Dois casais em uma mesa de bar, consumindo umas dez cervejas, por exemplo, a diferença desse preço entre um bar e outro pode ser equivalente ao preço de outras oito garrafas”. 

“É um período muito bom para os bares, que tendem a ter aumento de movimento, mas por outro lado o consumidor tem que pensar no bolso para as contas de janeiro”, destaca Feliciano Abreu. Entre as garrafas de 600ml, a variação por marca vai de 32,73% a 100%.

Feliciano Abreu observa ainda que muitos bares têm comprado cerveja em promoções de supermercados, ao invés de adquirir direto da fábrica, o que também impacta nessa possibilidade de variação. “Eles ganham na compra, e não na venda”, destaca. 

A pesquisa também compara o preço médio dos itens da consulta feita no 20 de janeiro e agora em dezembro. “Eu me surpreendo não ter tido tanto aumento na cerveja, que é onde os bares ganham, os preços em média não estão subindo tanto, só das marcas Heineken e Stella Artois, que estão sendo muito consumidas e portanto é aumento pela oferta e procura”, explica Feliciano Abreu. O maior aumento entre as cervejas foi de 4,94% e uma marca inclusive experimentou queda do preço médio da garrafa (-0,41%).

Mesmo com a alta do dólar, a Ambev informou que tem uma política anual que protege os preços da variação do câmbio (hedge), que seus produtos só são reajustados durante o ano em cima da inflação. Já as cervejarias artesanais, como a Falke Bier, sofreram impacto com a cotação da moeda norte-americana, que afeta todos os insumos, como malte, lúpulo e leveduras. “Mas não passamos para o consumidor, estamos tentando segurar essa barra para não perder público”, diz Marco Falcone, sócio da Falke Bier e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas). Ele diz que os preços devem permanece iguais durante as festas de fim de ano, mas caso a situação do câmbio permaneça aumentando, o repasse deverá ser inevitável após janeiro.

Na comida, a batata saltou 9,28% ao longo do ano, atrás apenas do lombo (12,04%). “O aumento do preço da carne pressiona tudo, acaba puxando da batata frita, que disparou”, diz Feliciano Abreu, do Mercado Mineiro.

No caso dos tira-gostos, o presidente da Abrasel/MG frisa que os bares represaram parte do aumento recente do preço da carne no país. “Muito estabelecimento não repassaram o preço e, dos que aumentaram, nenhum o fez nos 30% do preço da carne”, diz Ricardo Rodrigues, que espera que após a entressafra de novembro e dezembro, o produto tenha seu preço estabilizado.

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