Prefeito Alexandre Kalil defende exposição polêmica durante visita ao Palácio das Artes

Fábio Corrêa
fcaraujo@hojeemdia.com.br
09/10/2017 às 18:11.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:09
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) defendeu nesta segunda-feira (9), no Palácio das Artes, a manutenção da exposição do artista plástico Pedro Moraleida (1977-1999). Kalil visitou por cerca de dez minutos a coleção "Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina", na Grande Galeria, e classificou o trabalho, alvo de ataques de grupos conservadores, de "absolutamente normal" e defendeu a liberdade de expressão em espaços dedicados à arte.

"O direito de expor é sagrado. O direito de liberdade é sagrado", afirmou o prefeito. "Cada um vai ver o que gosta, do jeito que quer. Agora, sobre a obra, ela é absolutamente normal. Não acredito que nenhum homem do século XXI se choque de verdade com o que viu. Nem se fosse mais chocante do que é, porque não é, aqui é o lugar disso", acrescentou.

Kalil reforçou o papel dos espaços dedicados à arte na abordagem de temas ligados ao gênero e à religião, mas foi reticente quanto a sua transposição para escolas. "Aqui é o lugar de colocar arte. Aqui é lugar de colocar gênero. Aqui é lugar de colocar religião. Não em escolas. Aqui é o lugar adequado", disse, em coletiva à imprensa. Ele, no entanto, negou a existência de uma bancada religiosa na Câmara Municipal. "Não tem essa de bancada cristã", criticou, quando questionado se a polêmica teria relação com a discussão pela exclusão do termo gênero de projetos de lei em votação na casa.

O prefeito também comentou sobre a polêmica, encampada pelo vereador Jair di Gregorio (PP), de que há apologia à pedofilia na exposição de Moraleida. "Está de parabéns a Fundação Clóvis Salgado, e foi dada uma publicidade interessante pra exposição. A exposição ganha com toda essa polêmica", complementou. "Quem quer trazer o filho de seis anos, que o traga. De dez, que o traga. Porque a partir de 15, 16 anos, não precisa trazer, porque são adultos. Só o Brasil não reconhece que um rapaz de 15, 16 anos já é um adulto", finalizou.



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