Principais candidatos não propuseram grandes transformações, segundo analistas

Fernando Dutra - Hoje em Dia
05/10/2014 às 07:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:28
 (Wikicommons)

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Neste domingo aproximadamente 142 milhões de brasileiros vão à urnas para decidir quem comandará o executivo nacional pelos próximos quatro anos. De acordo com as últimas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff (PT) mantém o favoritismo, enquanto a ex-ministra Marina Silva (PSB) e o senador Aécio Neves (PSDB) brigam para disputar o segundo turno com a presidente.   Embora apenas Marina Silva tenha apresentado um programa de governo –Aécio publicou uma versão resumida de suas propostas na semana passada– o Hoje em Dia procurou especialistas para comparar as principais propostas defendidas pelos candidatos nas propagandas eleitorais e nos materiais de campanha.   Para o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marco Antônio Teixeira, não há “grandes divergências” entre as propostas dos três principais candidatos, embora cada um tenha dado uma “ênfase diferente” aos principais projetos. Opinião semelhante tem o também professor da FGV e da PUC-SP, Francisco Fonseca, para quem os candidatos não “propõe grandes transformações” em suas propostas.   A temática que apresenta as maiores disparidades de propostas é a segurança. Se por um lado Dilma promete por em prática a integração das polícias, nos moldes do que ocorreu durante a Copa do Mundo, a ex-ministra Marina Silva pretende implementar o Plano Nacional de Redução de Homicídios e construir um Pacto Federativo contra a criminalidade.   Já o senador mineiro Aécio Neves deseja transformação do Ministério da Justiça em Ministério da Segurança Pública e da Justiça, além de propor que questões de segurança pública sejam conduzidas pela Presidência da República e não pelos Estados.   Para o cientista político Marco Antônio, o pacto federativo de Marina requer uma alteração na Constituição. Também a proposta de Aécio de federalizar a segurança pública requer uma “reforma constitucional”, como aponta o professor Francisco Fonseca. Em comum, afirma o professor Marco Antônio, “todos querem uma participação mais ativa do governo federal” na questão da segurança.   Saúde   Quando o tema é saúde, os candidatos prometem manter programas que, na visão do professor Marco Antônio, “possuem méritos”, como é o caso do Sistema Único de Saúde (SUS) e do programa Mais Médicos. Inclusive, todos os candidatos pretendem ampliar os programas. Entre os pontos que poderiam indicar maior diferenciação entre os candidatos estaria o Mais Especialidades, proposto por Dilma, que, para o professor Francisco Fonseca, “tem diferenciação maior no sentido de levar o Mais Médicos ao ponto de vista de uma cobertura mais específica”.   Outra proposta diferente é a de Marina Silva para construir hospitais regionais. Mesmo que a propostas não seja uma novidade, o professor Marco Antônio lembra que “a União não faz gestão de hospitais”.   No que se refere às propostas para a Educação também não há, na opinião dos professores da FGV, grandes diferenças nos projetos dos três candidatos. Dilma aposta suas fichas na ampliação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Aécio propõe a manutenção do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Prouni –programa que concede bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas. Tanto Aécio como Marina Silva propõem a destinação de 10% do Produto Interno Bruto para a educação, o que já é previsto pela legislação atual, como lembra o professor Francisco Fonseca. “A destinação de 10% do PIB já é lei. A proposta é o que já existe”, afirmou.   O professor Marco Antônio reitera a dificuldade em colocar em prática algumas propostas como a de Marina Silva de estabelecer ensino integral na educação básica. “É preciso ter cuidado quando se fala em ampliar a escola integrada, que é gerida por municípios e estados. Isso depende de articulação”, disse Marco Antônio.

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