PSDB de Minas muda estratégia e centra esforços na eleição para deputados

Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br
27/02/2018 às 20:38.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:36
 (Divulgação/ Gabinete Marcus Pestana)

(Divulgação/ Gabinete Marcus Pestana)

Diante da indefinição do partido sobre uma candidatura própria ao governo de Minas Gerais, o PSDB decidiu jogar todas as fichas na eleição de deputados federais e estaduais. Após jantar das bancadas, na noite da última segunda-feira, ficou acertado que os parlamentares sairão à caça de possíveis candidatos a vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

É a primeira vez, em 24 anos, que os tucanos mudam a estratégia eleitoral em Minas. Desde 1994 o PSDB elege como prioridade a campanha para governador.

“Na nossa conversa, predominou a estratégia de que todos os estaduais e federais irão colaborar para a construção de chapas proporcionais fortes, estimulando outros quadros do partido, procurando vereadores que poderão sair candidatos ou outras lideranças”, revelou o presidente estadual do PSDB mineiro, deputado federal Domingos Sávio. A legenda possui hoje sete parlamentares federais e oito estaduais.

A estratégia tem relação com a sobrevivência política. Os tucanos ainda não têm um candidato ao governo de Minas. Pressionam o senador Antonio Anastasia para encarar a empreitada. Porém, ele não está disposto a deixar o Senado, já que ainda faltam quatro anos para concluir o mandato.
“Defendo que o partido busque rapidamente uma solução. Ou confirme o nome de Anastasia, como candidato ao governo, ou busque outra alternativa”, afirmou o deputado estadual João Vítor Xavier, também preocupado com a formação das chapas proporcionais.

Quando um partido tem candidato a governador, consequentemente, tem um puxador de votos para as candidaturas de deputados. O número da urna do candidato ao governo é o mesmo utilizado para o voto de legenda nas chapas proporcionais. Além disso, fica mais fácil realizar campanha eleitoral para deputado com um cabeça de chapa ao governo. Daí também a importância de quadros competitivos na disputa pelo Palácio da Liberdade.

Por isso, conforme expoentes do PSDB, a estratégia eleitoral foi alterada. Sem a confirmação de um nome na majoritária, a solução é arregaçar as mangas e lançar o maior número possível de candidatos nas chapas proporcionais.

Contra o tempo

O PSDB definirá em março se terá candidatura própria ou não. Caso Anastasia mantenha a posição de permanecer no Senado, a legenda terá duas opções. Lançar um deputado federal na corrida pelo Executivo, apenas para não deixar de ter um expoente na eleição majoritária, ou apoiar um dos pré-candidatos já ventilados no cenário. Muitos dos parlamentares defendem a segunda alternativa.
“Não está descartado um nome do partido ou um nome que possa se filiar ao PSDB”, afirmou Domingos Sávio.

Dois aliados do PSDB mineiro estão em busca de um partido: os ex-deputados Dinis Pinheiro e Alberto Pinto Coelho, ambos egressos do PP.
O primeiro já demonstrou pretensões em entrar na disputa. “Consideramos o Dinis praticamente do PSDB. Ele saiu do partido em um acordo. As portas estarão sempre abertas para ele e para Alberto”, sinalizou o Sávio.

Dinis Pinheiro deixou o PSDB em 2014, quando filiou-se ao PP para ocupar a vaga de vice na candidatura tucana ao governo de Minas Gerais. Na ocasião, a chapa encabeçada por Pimenta da Veiga foi derrotada pelo governador Fernando Pimentel (PT).

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