(Lucas Buzatti)
A convenção do PSOL de Minas Gerais confirmou, na tarde deste sábado (28), a pré-candidatura de Dirlene Marques ao governo do Estado. A professora de Economia da UFMG disputará o pleito tendo como vice a professora da rede estadual Sara Azevedo. A chapa Frente de Esquerda Minas Socialista homologou, ainda, duas pré-candidaturas ao Senado: a da educadora popular Duda Salabert, pelo PSOL, e a do professor Túlio Lopes, pelo partido aliado PCB. Salabert é a primeira mulher travesti a disputar uma vaga para o cargo de senadora na América Latina.
Durante o evento, que aconteceu na Casa do Jornalista, Dirlene Marques ressaltou o caráter social das pré-candidaturas da chapa, construídas junto a movimentos sociais."Nós não fazemos política como forma de propaganda, nós vamos disputar estas eleições para ganhar, para fazer a diferença. Nossa chapa tem a força das ruas, dos movimentos sociais. Uma chapa formada por três professoras e um professor, que lutam pela educação pública de qualidade. Uma chapa composta por feministas, por lésbica, por trans. Nós trazemos para o Parlamento o que sofremos diariamente na sociedade", afirmou. "Vamos lutar pela auditoria da dívida do Estado, por uma alternativa econômica ao agronegócio e às mineradoras, contra o machismo, a misoginia, o racismo e a homofobia".
O combate ao agronegócio e à exploração predatória das mineradoras também foi lembrado nas falas de Sara Azevedo e Duda Salabert, que também criticaram a baixa representatividade de mulheres e pessoas LGBTQ na política brasileira. "Estamos em um país onde 90% dos cargos políticos são ocupados por homens, onde a representativade política das mulheres é menor que no Afeganistão. Mas nossa pré-candidatura repesenta mais que o aspecto identitário. Representamos também uma luta contra a bancada do boi e a bancada da bala", disse.
"Falamos de um Estado que nunca teve uma governadora, que nunca teve mais de dez por cento de mulheres na Assembleia", afirmou Sara Azevedo, destacando a luta dos trabalhadores da educação. "Os servidores públicos estaduais estão sem receber o salário do mês até hoje. Temos a tarefa de fazer diferente", pontuou, ressaltando que o lançamento oficial das candidaturas acontecerá em Mariana, em homenagem às vítimas do crime ambiental cometido pela Samarco.
A convenção – que começou com homenagens à deputada estadual pelo PSOL Mariele Franco, assassinada em março deste ano, no Rio de Janeiro, e ao ex-presidente da legenda em Minas, Carlos Campos - ainda teve falas da atual presidente do partido em Minas, Maria da Consolação, e da vereadora Áurea Carolina, ambas pré-candidatas a deputada estadual. Lucas Buzatti
A educadora Duda Salabert é a primeira mulher travesti a disputar uma vaga ao Senado na América Latina