Reabastecimento em postos de combustíveis é gradativo e deve demorar mais no interior

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
28/02/2021 às 09:50.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:17
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A oferta de combustível nos quase 4.500 postos de abastecimento do Estado só deve ser normalizada por volta do meio desta semana. A previsão é do empresário do setor Bráulio Chaves, ex-diretor do MinasPetro, que diz vir acompanhando de perto a entrega de combustíveis nos postos, desde o começo da greve dos tanqueiros no Estado, na semana passada – pela diminuição do ICMS sobre o diesel.

Bráulio Chaves acredita que metade desses 4.500 postos tiveram problemas de desabastecimento, com a distribuição a partir da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Demora no interior

Com o fim da greve anunciado na sexta-feira pelos tanqueiros – que estão em negociação com governo de Minas –, o empresário informa que o fornecimento vem se normalizando aos poucos na RMBH, mas é mais lento nos municípios mais distantes do raio de 300 quilômetros atendidos pela Regap.

“É uma reivindicação justa, uma vez que os estados vizinhos a Minas têm uma alíquota de ICMS menor, não estou defendendo os meios utilizados para defender essa pauta de reivindicações, prejudicando o consumidor, mas a pauta é justa”, considera o empresário, sobre a paralisação dos tanqueiros.

ICMS diferente

Ele ponderou ainda que, uma vez que o mineiro paga uma taxa de ICMS sobre o diesel superior à cobrada pelos estados vizinhos, “isso gera um problema grande para postos localizados nas proximidades de outros estados, porque o caminhão vai abastecer no estado ao lado, para pagar menos imposto”.

Procurado pela reportagem, um dos representantes do sindicado dos tanqueiros (SindTanque), José Geraldo, disse que a posição da categoria é a mesma da última sexta-feira, quando decidiu suspender a paralisação, depois de um início de negociação com o governo de Minas.

Tanqueiros negociam

Na sexta-feira, o presidente do SindTanque anunciou, em vídeo divulgado na internet, que a categoria estava encerrando a greve, depois de um encontro com representantes do governo estadual, que teriam assumido um compromisso de negociação com os tanqueiros. Eles reinvindicam especialmente a redução do ICMS de 15% para 12% em Minas. A expectativa da categoria é por uma nova reunião com o governo ao longo desta semana.

Política de preços

Sobre informações de que alguns postos teriam inflacionado os preços dos combustíveis diante da alta da demanda gerada pela greve, o ex-presidente do MinasPetro Bráulio Chaves argumentou que os preços são influenciados pelos aumentos praticados pela Petrobras

A questão de preço, o que influenciou efetivamente, é que a petrobras tem aumentado, “O etanol subiu mais de 25% neste mês. O que influencia o preço é o custo do produto, não é a demanda. Além dos reajustes na gasolina que a Petrobras tem promovido, 27% da gasolina é etanol anidro”, o que colaborar para onerar ainda mais o custo da gasolina, segundo ele.

“Temos que ter uma política definida, pode ser a política atual ou pode ser alguma outra, mas tem que ter uma decisão clara e cumprir. O que não há possibilidade é mudar a história com o barco andando”, ponderou o empresário, em referência à possibilidade de o governo Bolsonaro interferir na política de preços de combustíveis da Petrobras.

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