Refúgio econômico: hotéis de BH apostam em descontos para quem tem de sair de casa na pandemia

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
24/04/2020 às 20:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:21
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A grande maioria dos setores econômicos sofre com a pandemia de Covid-19 e, com os serviços hoteleiros, não é diferente. A recomendação do isolamento social, a queda vertiginosa nas viagens e, especialmente, no turismo, trouxe um impacto significativo. Segundo a seção mineira da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-MG), 52 dos 121 estabelecimentos associados na capital estão com as portas fechadas, e a ocupação média não passa dos 14%. 

Quem se mantém aberto aposta numa estratégia acima de tudo importante para o momento. E oferece descontos nas tarifas que passam dos 50% para quem precisa ficar longe de casa, seja por conviver com pessoas do grupo de risco, ser parte de um ou estar envolvido na linha de frente do combate à Covid-19.

No Ouro Minas, os profissionais da saúde podem se hospedar pagando R$ 120 (uma pessoa) ou R$ 200 (quarto duplo) até 30 de maio. O hotel intensificou as ações de higienização adotando uma quarentena de 72 horas nos quartos entre a saída de um hóspede e a chegada de outro – de acordo com a literatura médica, trata-se do período máximo de sobrevivência do vírus fora do corpo humano. 

“Estamos respeitando todas as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Queremos ser uma alternativa segura para quem precisa ficar fora de casa nesse momento”, destaca Monaline Alvarenga, gerente de marketing.
Tarifa solidária também nos hoteis da Rede Royal, pensada para quem precisa se hospedar por prazos de uma semana ou mais. Além do reforço na higienização, a interação com os hóspedes foi limitada para garantir ao máximo o distanciamento.<EM>

Se as crises premiam a criatividade, um bom exemplo é o do flat MyPlace Savassi. A administração criou uma tarifa especial por 14 dias, prazo considerado seguro para a quarentena de pessoas que vieram do exterior, por exemplo. “Tivemos vários hóspedes que chegaram dos Estados Unidos e preferiram ficar conosco até terem a segurança de que não representavam qualquer risco de contágio. Além disso, fizemos uma série de adaptações pensando no conforto e na segurança de quem está aqui. Aumentamos a internet e temos alguns andares ocupados por funcionários de empresas que se transformaram em um grande home office. É possível receber as refeições nos quartos, os funcionários estão protegidos por EPIs. Além de tudo há o atrativo do espaço para quem precisa sair de casa, já que os quartos têm cozinha e são maiores que os dos hoteis tradicionais”, explica o gerente Alexandre Moura.

Para ele, também a hotelaria não será mais a mesma depois da pandemia. “Esses protocolos de higienização e proteção serão uma realidade. Mais do que nunca será fundamental oferecer, além do conforto e comodidade, segurança ao hóspede em relação à sua saúde”.

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