Renault 5 Maxi Turbo: o Pokemón francês

Marcelo Ramos
30/08/2019 às 19:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:21
 (Creative Commons/Wikipedia)

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Quando se pensa em carros de corrida, logo vem à mente monopostos da Fórmula 1 ou aqueles carrões imensos da NASCAR, assim como os superesportivos Ferrari, Porsche, Mercedes ou Aston Martin. Mas nos anos 1980, alguns dos carros mais nervosos do automobilismo foram pacatos compactos transformados em criaturas monstruosas, como o Renault 5 Maxi Turbo, que pode ser uma dos melhores exemplos para os chamados pocket rockets.

O Renault 5 foi lançado em 1972 para concorrer no segmento supermini europeu. Na França, o grande rival era o Peugeot 104. A princípio, a missão do “Cinco” era apenas disputar a preferência de consumidores que buscavam um carro barato e funcional para as estreitas ruelas do Velho Mundo. 

No entanto, reza a lenda que o piloto Jean Terramorsi contatou um projetista da Bertone para desenvolver um carro que ele pudesse superar a supremacia do Lancia Stratos nas provas de rali. O assunto acabou ganhando interesse da direção e Marcello Gandini, responsável por carros como o Lamborghini Miura e Alfa Romeo Montreal ficou a cargo do projeto.

Evolução
Para correr no rali era necessário uma melhor distribuição de peso, assim como dar mais vigor ao carrinho. Para não criar outro carro, Gandini pegou o R5 e transferiu seu motor para posição central-traseira. O pequeno francês teve diversos motores em sua trajetória, mas foi escolhida a unidade 1.4, que recebeu turbocompressor e teve sua potência elevada para 160 cv. 

Com perfeita distribuição de massas, tração traseira e muita potência, não demorou para o carro receber uma variante para o temido Grupo B da FIA. Assim, a versão mais bruta do R5, a Maxi Turbo, teve seu bloco ampliado para 2.2 litros e novos apêndices aerodinâmicos. 

A unidade entregava aproximadamente 350 cv, que faziam sua carroceria de 3,66 metros e menos de mil quilos um verdadeiro foguete. O carrinho fez sucesso nos ralis e encarou rivais renomados, como o conterrâneo Peugeot 205 T16, Audi Sport Quattro S1 e outros “suicidas” que voavam em trilhas estreitas e beiras de barrancos. 

Ele teve sucesso em competições regionais por toda a Europa, o que fez com que a procura pelo modelo crescesse. No Mundial de Rali (WRC), no entanto, não conseguiu repetir as conquistas do italiano Stratos. Entre 1981 e 1986, o carrinho obteve apenas quatro vitórias, mas que foram suficientes para escrever seu nome na história do automobilismo.

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