Rompimento de barragens em Mariana afetou abastecimento de quatro cidades, diz Copasa

Estadão Conteúdo
09/11/2015 às 17:42.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:24

O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco em Mariana, na região Central de Minas, afetou o abastecimento de água em quatro cidades do sistema da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), afirmou nesta segunda-feira (9) a diretora presidente da empresa, Sinara Inácio Meireles.

"O rompimento afetou até o momento quatro cidades do sistema Copasa que têm captação no próprio Rio Doce, o principal rio afetado", disse Sinara, durante teleconferência com analistas e investidores, sem detalhar quais foram os municípios afetados.

Segundo a executiva, o abastecimento de água nesses quatro municípios está momentaneamente interrompido, até que a empresa consiga concluir estudos relacionados ao comprometimento da qualidade da água e à capacidade de tratamento da mesma, sem dar mais informações sobre o prazo de interrupção do abastecimento ou planos alternativos para o fornecimento de água nos municípios.

Ela ainda ressaltou que outras cidades atendidas pela Copasa ao longo do Rio Doce não foram afetadas por utilizarem um sistema de captação em poços profundos, cuja qualidade não foi afetada pelo acidente em Mariana.

Crise hídrica

Sinara afirmou também que a recuperação nos níveis dos reservatórios do sistema Paraopeba ainda deve levar mais dois anos. "Dado que a deterioração do volume acumulado no Paraopeba aconteceu em 2013 e 2014, com um comprometimento forte em 2014, a recomposição integral do volume deve levar mais uns dois anos."

No entanto, a executiva destacou que mesmo que essa recuperação seja mais lenta, as obras de captação de água bruta no Rio Paraopeba, com previsão de conclusão em dezembro deste ano, darão maior segurança para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Com a captação no Paraopeba, queremos usar a água dos reservatórios quando a vazão no rio não permitir a captação integral", disse.

Em relação à demanda de água por parte dos consumidores, Meireles afirmou que as famílias têm se mostrado mais contidas, independente dos aspectos hidrológicos. "Houve uma forte mudança nos hábitos das pessoas em 2015."

A diretora presidente da Copasa ainda afirmou que outros segmentos têm apresentado uma certa recuperação nos níveis de consumo, mas não detalhou quais seriam esses setores. "Ainda não há uma clareza sobre uma tendência de retorno do consumo como um todo", disse.
 

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