Ruf CTR3: Em linha desde 2007 com apenas 30 unidades, até agora

Marcelo Jabulas
@mjabulas
18/04/2020 às 08:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:18
 (Creative Commons/Wikipedia)

(Creative Commons/Wikipedia)

Recentemente a edição espanhola da respeitada Auto Bild (Alemanha) resolveu elencar os cinco melhores Ruf's já produzidos. E nessa eleição a reedição do CTR, de 2017, levou a melhor. De fato não há como contestar a grandiosidade da releitura do "mitológico" Yellow Bird, carro que quebrou recordes de velocidade nos anos 1980, deixando a própria Porsche boquiaberta. Mas o CTR moderno está longe de ser o carro mais exótico e visceral que a Ruf construiu. E certamente ainda é o CTR3, mais precisamente na versão Clubsport.

Para quem não sabe, a Ruf é uma pequena fabricante alemã especializada em Porsche. Apesar de ter mais de 70 anos de atividade, passou a lidar com preparação nos anos 1970. Em 1981, foi reconhecida como fabricante. 

Nos primeiros anos, a Ruf utilizava estruturas dos Porsche 930 para fabricar seus carros. Atualmente ela desenvolve estrutura que mesclam chassis tubulares e monocoques em fibra de carbono, mas sempre mantendo a aparência dos esportivos de Stuttgart. 

Hoje ter um Porsche é uma meta factível para qualquer mortal com pelo menos R$ 330 mil no bolso. Mas ter um Ruf, não basta ter apenas dinheiro. É preciso aguardar pacientemente, pois os carros são feitos artesanalmente, quase que unidade por unidade.

O CTR3
O bólido foi lançado em 2007 para marcar os 20 anos do Yellow Bird. O carro conta com estrutura própria, que faz uma mescla modelos 987 Cayman e 997, além de uma arquitetura que remete ao GT1, devido a abertura do capô que preenche toda carenagem traseira e ao coletor de ar no teto.

O CTR3 é equipado com um motor boxer 3.7 biturbo que entrega 700 cv e 89 mkgf de torque. Trata-se do mesmo bloco que equipava a dupla Cayman e Boxster, mas com um ganho expressivo de potência e torque. A transmissão é manual de seis marchas e a tração é apenas traseira, como em todos os Ruf (com exceção do conceito Rodeo).

A unidade foi escolhida para ser acomodada em posição central e não traseira como os flat six do 911. Com isso, o CTR3 oferece distribuição de peso impecável, que faz dele um supercarro tão incrível como os bólidos do Grupo GT1 da Fia, como McLaren F1, Mercedes CLK GTR, Maserati MC12 e 911 GT1. 

Seu sistema de suspensão utiliza conjunto McPherson na dianteira e multilink com amortecedores horizontais na traseira, com nos carros de competição. Sua rodas são aro 19 (frente) e 20 (atrás). Como é de se esperar de um Ruf, a aceleração do CTR3 é brutal. Ele faz de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e atinge máxima de 373 km/h. 

Clubsport
Em 2012, a Ruf ampliou a linha do supercarro com o lançamento da versão Clubsport. O modelo base, em si, já é algo assustador. Mas a Ruf sabia que podia extrair mais do supercarro. Ele passou por revisão completa do motor, que teve sua potência elevada para 777 cv. O torque saltou para 98 mkgf. 

Com o aumento de potência e torque, a Ruf viu que era necessário ajustar a estabilidade do carro. Assim foram incorporadas novos apêndices aerodinâmicos, como defletores laterais nos para-choques dianteiros e uma imensa asa traseira. Com maior arrasto, a aceleração despencou em 0,2 segundos. No entanto, a máxima saltou para 380 km/h.

Entre 2007 e 2018, a Ruf construiu 30 unidades do CTR3, sendo apenas sete unidades do Clubsport. Quem quiser pode encomendar o carro, por pouco mais de US$ 700 mil. Mas pode ser mais rápido tentar negociar com seus seletos proprietários ou ficar de olho nos leilões de automóveis raros. Em 2018, uma das sete unidades do Clubsport foi leiloada em Mônaco, pela RM Sotheby's, pelo montante de US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões). 

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