Seca compromete safra de grãos em Minas Gerais

Raul Mariano - Hoje em Dia
27/01/2015 às 07:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:48
 (Hoje em Dia)

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As perdas contabilizadas pelas lavouras de café, milho e soja em 2014, devido ao longo período de estiagem, tendem a se repetir neste ano. Produtores rurais avaliam que, mesmo que chova o volume esperado até março, o período de granação (desenvolvimento dos grãos) já está comprometido devido à escassez de chuvas.

O impacto também é sentido por avicultores e suinocultores já que a alimentação dos animais é produzida à base de milho e soja. Nas granjas, o aumento dos custos é agravado pela necessidade de controlar as temperaturas em níveis amenos nos dias de calor intenso, sob o risco de haver mortalidade de animais.

De acordo com a coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, o déficit hídrico da safra do ano passado foi de 40%. Para ela, as projeções para 2015 redesenham um cenário de baixa produção agravado por problemas climáticos.

“Quando falta água, há problemas com o enchimento de grãos, que crescem menos do que o esperado. Os impactos são maiores, principalmente no Noroeste e Triângulo, onde já chove menos. Se pensarmos no risco de racionamento, a avicultura e suinocultura podem ser os mais afetados já que a temperatura e o sistema de automação dessas granjas são estritamente dependentes da energia elétrica”

Durante 2014 a menor oferta elevou os preços do café, o que proporcionou melhoria na receita dos cafeicultores. Porém, nem todos os produtores tiveram café suficiente para oferecer ao mercado.

Criadores de suínos são duplamente prejudicados com o período de estiagem. De acordo com o presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Antônio Ferraz, além do aumento dos custos de produção, os chamados veranicos (períodos curtos de estiagem e muito calor) reduzem boa parte do consumo da carne de porco.

“Se há um baixo consumo, há sobra de animais, levando a uma superoferta. Mais uma vez o suinocultor sai prejudicado porque, enquanto isso, o custo está aumentando. Nesse aspecto, já percebemos que a carne do suíno vivo que era vendida a R$ 4,60 o quilo, hoje é comercializada a R$ 4,00”, comenta Ferraz.
 

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