Servidores do Sine serão preparados para atender pessoas surdas no Estado

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16/11/2017 às 06:00.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:42
 (Fernanda Luciano/Imprensa MG)

(Fernanda Luciano/Imprensa MG)

Mais de 300 servidores estaduais que atuam em 131 postos de atendimento do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em todo o Estado serão capacitados na Língua Brasileira de Sinais (Libras) por meio de uma parceria da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). O objetivo é garantir à pessoa surda, que busca colocação no mercado de trabalho, o diálogo necessário para que as necessidades dela sejam atendidas e respondidas.

“A frequência de pessoas surdas atendidas nas unidades do Sine e as dificuldades enfrentadas por elas na comunicação deram o start para que a Sedese buscasse entidades com expertise no assunto para ajudar a melhorar o atendimento nos postos”, explica a assessora para Inclusão da Superintendência de Gestão e Fomento ao Emprego da Sedese, Rosana Bastos.

Dados da Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais apontam a existência de 28.561 postos de trabalho a serem ocupados por Pessoas com Deficiência. Agências do Sine destacam-se na oferta, encaminhamento e colocação dessas pessoas no mercado.

“É importante que o Sine esteja preparado para atender todo e qualquer cidadão”, garante Rosana Bastos, por isso, a Sedese está formulando a tabela das vagas do Curso de Introdução à Libras que serão destinadas aos postos das 103 unidades sob a responsabilidade da pasta, como também das outras 28 unidades vinculadas às Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) da Seplag.

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No curso, o atendente começará a ter contato com a Língua Brasileira de Sinais para facilitar a comunicação com a pessoa surda. Todavia, isso não significa que ele já sairá fluente e com condições de garantir amplos diálogos e conversação. É o início de um caminho que amplia as ações de inclusão.

O conteúdo será trabalhado em seis módulos, em um total de 80 horas/aula. A dinâmica propõe período de ambientação com o modelo de Educação à Distância oferecido pela Uemg e outros quatro módulos com as aulas irão abordar conteúdos comuns à introdução e ao currículo de Libras.

No último módulo, específico à necessidade do órgão, os professores introduzirão as rotinas nos postos de atendimento do Sine e os vocabulários necessários para o atendimento às pessoas surdas. 

Os docentes conteudistas estiveram nas unidades, em alguns dias, para ver de perto a rotina de atendimento, para assim melhor estruturar o conteúdo que será oferecido nas aulas.

O curso foi elaborado por professores conteudistas da Uemg, entidade que arcou com a confecção das videoaulas

Ideia do projeto foi contemplada em prêmio; elaboração do curso foi multidisciplinar

Entre os professores conteudistas que trabalharam na organização do Curso de Introdução à Língua Brasileira de Sinais está a analista de Recursos Humanos da Uemg, Emiliana Drummond, que convergiu a proposta de capacitação dos servidores estaduais, apresentada e contemplada no Prêmio Inova Minas, para o real atendimento e inclusão das pessoas surdas.

“É muito bom ver uma ideia ser valorizada e sair do papel”, recorda Emiliana ao comentar que a proposta teve sinergia com o que já estava sendo estudado para ser implantado pela Uemg. Estabeleceu-se uma ação positiva que ajuda a pessoa surda a vencer as limitações impostas pela falta de acessibilidade e comunicação.

Sedese e Seplag foram as primeiras secretarias a dialogar com a Uemg para a implantação de ações que garantissem melhor atendimento às pessoas Surdas. A Sedese entendia que era possível otimizar recursos e oferecer capacitação para os profissionais dos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em várias cidades do Estado.

Ao destacar que a formação para os servidores do Sine dá um diferencial ao atendimento e começa a cobrir uma lacuna frente às necessidades para um bom atendimento à pessoa surda, Emiliana recorda que “a pessoa tem direito à informação e ao atendimento, mas passa por dificuldades, sente-se estrangeiro em seu próprio país”.

Na fase de elaboração do curso, Emiliana atua como professora conteudista, ou seja, está responsável pela estruturação de conteúdos, definição do plano de aula, distribuição da carga horária e a forma de avaliação dos participantes.

A proposta é, neste primeiro momento, atender a demanda da Sedese, depois avaliar a execução do curso e estruturar novas turmas que poderão ser abertas à população e a outros órgãos da Administração Pública.

Na primeira turma, serão capacitadas 332 pessoas, sendo 267 atendentes do Sine e 65 vagas estendidas e divididas entre servidores das Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), Sedese e Intendência da Cidade Administrativa.

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