Sessão do Escola sem Partido é suspensa sem leitura de projeto

Agência Brasil
13/11/2018 às 12:58.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:48
 (Arquivo / Agência Brasil)

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A sessão da comissão que discutiria o projeto Escola sem Partido na Câmara dos Deputados foi suspensa sem que a leitura do substitutivo do deputado Flavinho (PSC-SP) prevista para esta terça-feira (13) fosse feita. O anúncio da suspensão foi feito pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que afirmou que as discussões serão retomadas após o término da ordem do dia no plenário da Casa.

O projeto é uma das principais bandeiras para a educação do presidente eleito Jair Bolsonaro. Caso o substitutivo seja aprovado na comissão e não haja pedido para que o projeto seja analisado em plenário, o Escola sem Partido poderá seguir diretamente para o Senado Federal.

Mais cedo

A sessão de hoje na comissão começou atrasada e marcada por tumulto de manifestantes e discussão entre parlamentares. Marcada para as 9h30, a sessão só atingiu o quórum mínimo de 16 deputados às 10h45.

Antes mesmo de a sessão começar, estudantes, na maioria contrários ao projeto, foram barrados na entrada do plenário. No início da sessão, a deputada Érika Kokay (PT-DF) foi a primeira a pedir a palavra e a exigir a entrada daqueles que foram à Casa para assistir a sessão.

O deputado Pastor Eurico (Patri-PE) negou o pedido alegando que em sessões anteriores manifestantes tumultuaram e impediram o início das discussões. Segundo ele, hoje, foram distribuídas 40 senhas para o público.

O parlamentar pediu que aqueles que não puderam entrar fossem encaminhados a um plenário vazio de onde poderiam assistir, por transmissão ao vivo, a discussão.

Os manifestantes, entretanto, se mantiveram na porta da comissão gritando palavras de ordem.

Mudança de nome

Deputados de oposição apresentaram um pedido para que o nome do projeto não seja usado para nomear a comissão. A questão de ordem foi apresentada no início da sessão pelo deputado Leo de Brito (PT-AC). O parlamentar defende que o nome Escola sem Partido é tendencioso. Segundo ele, o projeto não garante a pluralidade de ideias, mas sim uma restrição da liberdade no ambiente escolar.

“É muito importante essa situação. Essa terminologia é uma jogada de marketing. Queremos que a Constituição seja cumprida e os preceitos constitucionais da liberdade de expressão, da liberdade de cátedra”, disse o deputado.

O deputado Pastor Eurico disse que o pedido será analisado. “Há dois anos que essa comissão está em andamento e o nome Escola Sem Partido é usado. Mesmo assim, vamos recolher e daremos sequência [ao pedido]”, disse o parlamentar.

Em diversos momentos durante a sessão, deputados com posicionamentos contrários discutiram entre si. O público que pegou senha e participou da sessão levanta cartazes tanto contrários quanto favoráveis ao projeto.

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