Setor da construção civil cai 9,1% em Minas

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
19/12/2016 às 20:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:08

A construção civil em Minas amarga queda de 9,1% no PIB em 2016, com 16,7 mil vagas fechadas no Estado até setembro (-5,6%), apontam Fundação João Pinheiro e Ministério do Trabalho. O setor trabalha com perspectiva de tímida recuperação de 0,5% no ano que vem e projeta aumento no preço dos imóveis já a partir do segundo trimestre de 2017, dada a diferença que vem sendo observada entre demanda e lançamentos.

O setor em Minas teve maior queda frente aos números do Brasil. O país teve baixa de 4,4% no acumulado de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2015. Só em unidades financiadas com recursos da caderneta de poupança, a queda no mercado brasileiro foi de 45,6% na parcial do ano.

Os dados foram apresentados ontem juntamente com o balanço anual da Pesquisa do Mercado Imobiliário em Belo Horizonte e Nova Lima do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG).

Pesquisa de confiança

A pesquisa de confiança do empresário do setor revela pequena queda em comparação com os dados de setembro, passando de 47,6 para 43. O índice vai de 0 a 100, sendo pessimistas os números entre 0 e 50, e otimistas os de 50 a 100. Em novembro de 2015, o número havia chegado a 27,3 pontos.

A baixa confiança e menor investimento do setor acabaram levando a um percentual 38,86% menor de lançamentos em comparação às vendas. De janeiro a outubro, 2.698 apartamentos foram vendidos em Belo Horizonte e Nova Lima e 1.943 unidades foram lançadas. Ao mesmo tempo, o estoque de imóveis disponíveis caiu de 5.208 unidades em janeiro para 4.876, em outubro (6,37% a menos). “Estamos queimando estoques em 2016. As vendas são superiores aos lançamentos feitos no período, o que dá um tônus ao mercado” afirma o economista do Sinduscon Daniel Furletti.

No mesmo período, houve aumento real (descontado a inflação) de 0,77% no preço médio de venda dos imóveis, que chegou a R$ 7.542 por metro quadrado em outubro. Nesse quadro, a expectativa do setor é que com um possível aquecimento da economia no ano que vem, os preços voltem a subir de forma mais forte.

Faixas supereconômica e econômica têm 46% das vendas em BH e Nova Lima

Segundo a pesquisa do Sinduscon sobre o mercado imobiliário em BH e Nova Lima, um número considerável das unidades vendidas até outubro – 1.245 (46,15% do total) – estava dentro das faixas de preço supereconômica (até R$ 200 mil) e econômica (até R$ 250 mil), na qual enquadram-se a maior parte dos beneficiados do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Por outro lado, 25,43% (1.240) das unidades disponíveis para venda na capital e em Nova Lima, em outubro, enquadravam-se no padrão de preço médio (entre R$ 400 mil e R$ 700 mil).
Além disso, o levantamento aponta que a maior parte das vendas foi na regional Pampulha (1.032 unidades ou 38,25%). A segunda região com maior número de lançamentos, a Centro Sul, aparece com apenas 317 unidades (11,75%). A Pampulha também puxa a oferta de imóveis disponíveis para venda, com 1.327 apartamentos (27,17% do total). 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por