Sindicato dos Comerciários marca posição contrária às reformas

Ivana Andrade
iandrade@hojeemdia.com.br
09/06/2017 às 19:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:00
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

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Apesar da grave crise política no país, com denúncias que atingem o presidente Michel Temer e seus principais aliados, as propostas de mudanças nas leis trabalhista e previdenciária seguem com fôlego. São projetos polêmicos, como mínimo de 25 anos de tempo de contribuição obrigatório para a aposentadoria, que tramitam de forma acelerada no Congresso Nacional, mas desagradam grande parte dos brasileiros.

O Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que completa 92 anos de vida amanhã, engrossa o coro dos insatisfeitos e promete lutar para evitar o que considera a fragilização dos direitos dos trabalhadores.

“Somos contra essa proposta que muda as relações trabalhistas e já foi aprovada na Câmara. Será o fim da CLT, da carteira assinada e da Justiça do Trabalho”, diz o presidente da instituição, José Cloves Rodrigues.

Segundo ele, o Sindicato dos Comerciários, cuja base territorial abrange hoje mais de 200 mil trabalhadores, esteve e estará presente nas mobilizações contra as reformas e a terceirização do trabalho. O sindicalista diz ainda que a “nova previdência” é inaceitável, pois dificultará o processo de aposentadoria, especialmente para os mais pobres.

“O cenário que a gente vê hoje no Brasil é de grandes dívidas no sistema previdenciário por causa de má gestão. Se houvesse comprometimento com a Previdência, não teria se chegado a esse ponto”, afirma Cloves.

Com ações constantes de defesa dos direitos dos comerciários, o sindicato já obteve vitórias, como melhores condições de trabalho em shoppings do hipercentro da capital mineira, que passaram a oferecer espaços adequados para alimentação e instalações sanitárias. “Antes, nem água potável havia em alguns lugares. Agora, a situação é outra”, diz.

Outra conquista, segundo Cloves, foi a redução da carga horária de serviço, passando de 60 horas semanais para 44. “A gente faz esforços para garantir isso na prática”, explica.

Outra bandeiras defendida pelo sindicato é a da não abertura do comércio aos domingos.“O comerciário fica prejudicado. Passa a não ter convívio social, nem mesmo com a família, pois só tem direito a uma folga na semana, quando os demais familiares trabalham e estudam. É um sacrifício que pode gerar, inclusive, problemas de saúde”, ressalta o presidente.

Uma das lutas permanentes da entidade é a negociação de remuneração mais justa aos trabalhadores. De acordo com Cloves, os salários atuais não atendem às necessidades dos comerciários. Segundo ele, os pisos variam de R$ 1 mil a R$ 1,1 mil, dependendo da Convenção Coletiva.

“Ao longo da história, o sindicato tem cumprido papel importante ao participar de debates que geram transformações nos âmbitos regional e nacional”José Cloves RodriguesPresidente do Sindicato dos Comerciários de BH e Região

  

  

Entidade presta assistência médica e jurídica gratuita

Com foco no bem-estar da categoria, o Sindicato oferece uma série de vantagens aos trabalhadores. Na sede da entidade, que fica na rua Tupinambás, há um departamento médico com 30 especialidades, sem custos para os associados. Há inclusive um setor específico para tratar a saúde mental dos pacientes.

O atendimento prestado pelo departamento jurídico às demandas relacionadas às questões trabalhistas também é gratuito. Outra vantagem é o custo bem acessível com alimentação. No restaurante do sindicato, o valor do prato é apenas R$ 3,50.

E para desfrutar os momentos de lazer, os comerciários podem frequentar o Clube Recreativo, em São José da Lapa, e a Colônia de férias em Jacaraípe, no Espírito Santo.  “Nossa bandeira é aumentar e diversificar os benefícios aos associados”, diz o presidente da entidade, José Cloves Rodrigues.

Como suporte ao trabalhador, o sindicato criou ainda uma cartilha específica para o comerciário, com informações relevantes sobre enfrentamento de problemas. Entre eles, o assédio moral e o descumprimento das leis trabalhistas.

“A gente tem como parceiros o Ministério Público e Ministério do Trabalho. Se houver excessos praticados contra os comerciários, entramos com ações na Justiça”, diz. Cloves ressalta que “as conquistas e a construção do sindicato são frutos da categoria, que em toda a história se apresentou para a luta”.

Com ações constantes em prol dos direitos individuais e coletivos dos profissionais que atuam no comércio de BH e região, a entidade comemora em 11 de junho 92 anos de existência e lutas
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