Startup do ano é a mineira Midhaz

Rafaela Matias
rsantos@hojeemdia.com.br
22/06/2018 às 21:02.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:56
 (Divulgação)

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Segundo maior polo de startups do Brasil, Minas Gerais ganhou destaque mais uma vez no cenário nacional. A Midhaz, empresa mineira que cria e-commerces com o objetivo de facilitar a vida do empreendedor, levou o Prêmio de Inovação Digital da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM), na categoria Startup do Ano. 

A quarta edição da premiação aconteceu dia 11 de abril, em São Paulo, e avaliou cerca de 300 startups de todo o país. Das 42 finalistas, quatro subiram ao palco para receber o prêmio e a empresa mineira, acelerada pelo Acelera MGTI, da Fumsoft, levou o primeiro lugar. Ela foi seguida pelas startups Estudar com Você, Shopper Um e Ubots. 

“Para nós é uma vitória ver o reconhecimento da empresa, porque estamos em operação há apenas 3 meses e concorremos com startups que já são milionárias. Mas é ainda melhor poder representar Minas Gerais, que se tornou um polo mundial no ramo e reafirma seu potencial a cada dia”, diz um dos fundadores, Henrique Meireles.

A empresa
Por meio de uma plataforma de dropshipping, que consiste na venda de produtos utilizando estoque de terceiros, a empresa conecta fabricantes, revendedores e clientes de todo o Brasil. 

Os sócios Lee Disney, Moyses Mattar e Henrique Meireles contam que a ideia surgiu quando os três trabalhavam com a venda de ingressos para eventos. Eles perceberam que a comissão gerada pelos convites atraía pessoas de diferentes perfis. “Tínhamos desde um jovem de Belo Horizonte até uma senhora de 62 anos lá no Acre interessados em vender ingressos para o mesmo evento. Isso porque era uma oportunidade de ganhar dinheiro sem muito investimento e com baixo risco”, explica Lee Disney. Foi aí que veio a ideia de que, se essas pessoas conseguem ganhar dinheiro com um produto que elas mal conhecem, poderiam se dar ainda melhor com as vendas de algo de seu próprio interesse. É por esse motivo que o catálogo da plataforma não economiza em opções. Vestuário, cervejas artesanais, vinhos, acessórios, suplementos e até produtos de sexshop estão entre as opções. São 60 fornecedores espalhados por 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal. 

O vendedor não tem despesas. Após o investimento inicial, que varia entre R$ 150,00 e R$ 399,00, ele escolhe os produtos que deseja vender e ganha um percentual sobre as compras, que varia entre 30% e 250%. O produto sai direto do fabricante e o transporte é feito por empresas parceiras da Midhaz, como os Correios. Segundo os empreendedores, a ideia é permitir que qualquer pessoa possa ter o seu próprio negócio. “Temos uma função social. Grande parte dos nossos usuários estão desempregados e muitas das opções de marketing multinível às quais eles recorrem não passam de pirâmides. O que nós oferecemos são produtores reais dispostos a expor seus produtos na internet e pessoas reais dispostas a vendê-los em troca de comissão”, explica Henrique Meireles. 
A meta da empresa agora é audaciosa. Com um faturamento mensal de R$ 300 mil, a startup pretende chegar à casa dos milhões até o final do ano. “Já pulamos de 7 para 19 funcionários em três meses, agora queremos escalonar o nosso faturamento”, afirma Meireles. 

 Minas é o 2º maior polo de empresas de tecnologia do país  

Assim como o Vale do Silício, na Califórnia, onde estão situadas várias empresas de alta tecnologia, Minas Gerais está se tornando uma potência mundial de startups. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o Estado tem hoje 591 empresas de tecnologia em estágio inicial e ocupa o segundo maior polo do país, atrás apenas de São Paulo.

No início deste ano, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e seu programa Hub Minas Digital, realizou o primeiro Censo Mineiro de Startups e de demais Empresas de Base Tecnológica (EBT) e verificou que o número de empresas do ramo cresceu 320% desde 2015 e 556% desde 2010. 

A estimativa é que, atualmente, existam cerca de 1.050 startups no Estado. 

A maior parte das empresas está localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (41%), seguida pelo Sul de Minas (17%) e Triângulo Mineiro (16%). 
Em 2017, 55% das empresas pretendiam faturar até R$ 500 mil e 2% tinham a expectativa de chegar aos R$ 5 milhões.

O Vale do Silício brasileiro
No bairro São Pedro, em Belo Horizonte, uma comunidade de startups se destaca a nível mundial. Desenvolvido durante encontros informais dos empreendedores das startups Beved, Deskmetrics, Everwrite e Hotmart, o San Pedro Valley reúne mais de 250 startups, nacionais e internacionais, além de espaços de coworking, aceleradoras e investidores.

 

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