Investidores vieram a Belo Horizonte em busca de ideias e projetos empreendedores, e encontraram. O DemoDay reuniu nessa quinta-feira (13) na capital 60 startups de várias partes do Brasil e do mundo com base em Minas Gerais e investidores nacionais e internacionais. Tanto quem precisa de um investidor como quem busca um bom investimento avaliou como positiva a experiência.   “Nosso perfil é de investir de R$ 300 mil a R$ 800 mil em projetos em que podemos ser o primeiro investidor. Procuramos projetos altamente escaláveis, e vimos aqui coisas de classe A, muito boas mesmo. Mais de dois ou três que serão avaliados mais profundamente”, disse o analista da Harvard Business Alumni Angels of Brasil, um grupo de ex-estudantes de Harvard que investem em startups, Magnus Arantes.   Como procura empresas ainda em estágio bem inicial, Arantes diz que a competência da equipe da startup é mais importante que a própria solução desenvolvida pela empresa.    Sobre a relevância de Belo Horizonte dentro do segmento, ele se disse surpreso. “Há aqui um marketing menor do que a dimensão do evento. É o contrário do que costumamos ver, e gera surpresas agradáveis”, observou.   Fomento   Henrique de Araújo Porto é analista do Criatec II, maior fundo de desenvolvimento do Brasil, tendo entre os cotistas bancos de fomento como BNDES e BDMG. Ele fez avaliação de cinco empresas e detectou três com o perfil desejado: empresas com produto já no mercado, testado, com pelo menos dois clientes e faturamento bruto anual de, no máximo, R$ 10 milhões. “Achei três com o nosso perfil e vamos avaliar. Nosso investimento inicial é de R$ 2,5 milhões, mas pode chegar até R$ 6 milhões”, disse.   A estratégia do Criatec II é de investir em empresas por quarto anos e realizar o desinvestimento em seis anos. Em Minas Gerais, três empresas já tiveram aportes aprovados.    Feira trouxe soluções abrangentes para vários setores da economia   Dentro do DemoDay também ocorreu uma feira onde as startups apresentaram suas soluções, e elas abrangiam variados setores da economia, da área de saúde a orçamentos para casamentos. Essa amplitude se deve à cultura empreendedora no Brasil, que atravessou um período de transformação nos últimos cinco anos.   “Ainda temos muito para crescer, mas hoje não é mais loucura se sustentar como empreendedor. Os recursos destinados a esse tipo de investimento também aumentaram muito e os custos para empreender diminuíram, embora a tributação ainda seja um desafio”, disse o gestor da Acelera MGTI, Felipe Byrro.   Entre as startups presentes no evento, chamou atenção a Agrid, que gera orçamentos de casamento instantâneos. A plataforma possui 415 fornecedores e o orçamento é moldado conforme as exigências da noiva. Já foram 45 mil casais atendidos, sendo atualmente 5 mil orçamentos diários. O lucro da empresa tem origem na cobrança de uma taxa de 7,5% do valor transacionado.   Outra empresa que participou foi a Movsmart, que desenvolveu em cinco anos, com aporte de R$ 700 mil, um aparelho de musculação online em que o programa identifica e monitora o exercício conforme as recomendações do personal trainer, enviadas pela web. “Fechamos recentemente a venda de seis equipamentos para uma academia em Belo Horizonte. Um outro cliente nos procurou com a intenção de adaptar o programa para a prática do pilates”, disse o sócio da empresa Leonardo Rodrigues da Silva.

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