Sucesso em BH entre os anos 70 e 90, coxinha da Doce Docê volta ao mercado

Fábio Corrêa
fcaraujo@hojeemdia.com.br
27/10/2017 às 21:23.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:26
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Foram vinte anos longe do público. Duas décadas que mais parecem poucos meses para quem testemunha dona Thereza Coelho, 78, receber cumprimentos calorosos das dezenas de clientes que atravessaram a cidade até o Seis Pistas para saborear a ressurreição da coxinha da Doce Docê, entre 1973 e 1996, a mais famosa de Belo Horizonte.

“Levo um susto e me emociono quando começam a falar”, diz a inventora da coxinha de catupiry, que esteve à frente do empreendimento original na Praça ABC, das filiais no BH Shopping, Savassi e em Ouro Preto, e agora coordena a nova loja em Nova Lima, inaugurada na última terça-feira. “Tem gente que entra e diz: esse é o cheiro da minha infância”, conta.

Em 1997, depois de se mudar com o marido para Brasília, dona Thereza resolveu desfazer a empresa. Com a morte do esposo, no começo deste ano, Thereza retornou à capital. Por coincidência, o casal Adriana Lima e André Wolff, amigos de um dos filhos de Thereza, procurava à mesma época um negócio no ramo da gastronomia para investir.

“Um dos netos dela pegou a receita original e começou a vender as coxinhas para os vizinhos no Alphaville e teve um ótimo retorno. Então, vimos que seria uma boa reativar a marca”, recorda André.

Novo endereço

O frisson tomou a pequena loja na rua Orozimbo Nonato, 215, no Seis Pistas, durante toda a semana de inauguração. Na última sexta, as filas foram tão grandes que os proprietários tiveram de baixar as portas três horas antes do horário de encerramento, às 20h.Lucas Prates

Dona Thereza, idealizadora da Doce Docê, se juntou ao casal Adriana Lima e André Wolff para abrir a casa no Seis Pistas

Para os sócios, a força afetiva da marca Doce Docê já havia ficado clara antes da inauguração, com a criação da fanpage no Facebook, que recebeu mais de 40 mil visitas e 4 mil curtidas até a abertura da loja. O estabelecimento, que teve investimento inicial de cerca de R$ 500 mil, conta com 14 funcionários. Os cozinheiros foram treinados durante três meses por dona Thereza.

Há alguns toques secretos nas coxinhas de catupiry, camarão e nos doces que marcaram as três gerações da capital. Para ela, porém, o ingrediente é simples: manter a qualidade.

“Nunca comprei farinha mais barata para lucrar mais, nem deixei de usar o catupiry original, da caixa de madeira”, ressalta. O sabor, é preciso dizer, não deixa dúvidas.

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