Suposto líder do PCC, de São Paulo, teria sido morto no Ceará

Agência AFP
18/02/2018 às 17:38.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:26
 (Reprodução)

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O suposto chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções do tráfico de drogas do país, foi encontrado morto no Ceará, noticiaram veículos de comunicação neste domingo (18). Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, de 41 anos, e outro comparsa do PCC, Fabiano Alves de Souza, teriam sido vítimas de uma emboscada, montada por uma facção rival ou de um acerto de contas do próprio grupo criminoso, de acordo  com o portal de notícias G1. 

Os dois corpos foram encontrados em uma reserva indígena. Segundo um promotor de São Paulo, citado pelo portal UOL, os cadáveres são de Gegê e de seu cúmplice. A secretaria de Segurança do Ceará confirmou à AFP que dois corpos foram encontrados em uma reserva indígena, mas revelou que não haviam sido identificados formalmente. De acordo com o G1, os corpos tinham marcas de tiros na cabeça e uma facada em um dos olhos. 

Número 1

Alguns informes indicam que Gegê era o líder máximo do PCC, estando acima inclusive do líder mais conhecido da facção nos últimos anos, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que cumpre pena de mais de 200 anos de prisão em uma penitenciária no Estado de São Paulo. "Gegê era o número um do PCC, dentro e fora das prisões", afirmou o promotor citado pelo UOL. 

Gegê havia sido libertado em fevereiro de 2017, após cumprir pena de dez anos de prisão, poucos dias antes de ser julgado por dois homicídios. Ele nunca se apresentou às audiências relativas a este processo e desde então é considerado foragido.

Histórico

Surgido nos anos 1990 nas prisões de São Paulo, o PCC é, segundo especialistas, uma das maiores e a mais estruturada facção criminosa do Brasil. Recentemente, destacou-se seu fortalecimento em vários estados na tentativa de controlar a rota da cocaína procedente de Colômbia, Peru e Bolívia. No começo de 2017, mais de cem detentos foram massacrados em vários presídios do Norte do País, no âmbito de uma suposta guerra entre o PCC e grupos locais aliados a outra grande facção criminosa, o Comando Vermelho, originário do Rio de Janeiro. 

O PCC desatou em maio de 2006 a maior onda de crimes já registrada no Brasil para evitar a transferência de Marcola e outros dirigentes do grupo a presídios de segurança máxima. Os membros do PCC atacaram delegacias e veículos policiais e estenderam os ataques ao interior do Estado. Em três dias foram registrados 200 ataques, que deixaram cerca de 90 mortos. 

Em 15 de maio, a população de São Paulo, amedrontada pelo poder de fogo do PCC e pelos boatos, abandonou seus postos de trabalho. As escolas e as universidades fecharam e o transporte público parou de funcionar. 

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