T-Cross tem conteúdo, mas é salgado como 'bacalhau' de Páscoa

Marcelo Ramos
22/02/2019 às 18:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:40
 (vw)

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O utilitário-esportivo (SUV) T-Cross foi a grande sensação da Volkswagen no Salão do Automóvel de São Paulo. Um jipinho compacto era prometido desde 2012, quando a marca apresentou o conceito Taigun, que acabou encruando. Agora, a VW finalmente lança um produto para fazer frente a Citroën, Ford, GM, Fiat (leia-se Jeep), Renault, Peugeot, Citroën, Hyundai e até mesmo a chinesa Chery. Mas os alemães carregaram demais no sal.

O T-Cross parte de R$ 84.990, valor que não destoa do cenário dos jipinhos compactos. No entanto, por esse preço, a marca oferece o modelo equipado com motor turbo 1.0 de 128 cv e caixa manual de seis marchas. E aí que amarga na boca.

Nessa faixa, o consumidor tem um amplo leque de opções equipadas com transmissões automáticas. Caixas sem embreagem são fundamentais na hora da escolha de um utilitário, que se tornou sinônimo de refinamento e comodidade. São nada menos que 11 opções com preços entre R$ 77 mil e R$ 89 mil, que oferecem trocas sem pedal de embreagem.

São eles: Chery Tiggo 5x T (R$ 86.990), Citroën C4 Cactus Feel (R$ 87.490), Ford EcoSport SE (R$ 84.990) ou opção FreeStyle (R$ 85.890), Hyundai Creta Smart (R$ 84.490), Jeep Renegade Sport (R$ 85.990), Nissan Kicks S (R$ 83.490), Peugeot 2008 Allure (R$ 77 mil) ou a versão Griffe (R$ 88.990), Renault Duster Dynamic (R$ 87.890) e Renault Captur Zen(R$ 88.900).

Uma das razões para o preço do T-Cross não ser tão atrativo é uma pedra cantada desde novembro, quando ele foi mostrado pela primeira vez. Executivos da marca não escondiam que era necessária a queda da cotação do dólar para tornar o carro competitivo. 

Isso porque o jipinho recorre a componentes importados, que oneram na produção. A VW esperava que, já no início de 2019, o câmbio retrocedesse para um patamar próximo dos R$ 3 ou R$ 3,20. No entanto, a moeda norte-americana tem flutuado na casa dos R$ 3,70.

Versões

Sem previsão concreta de o dólar despencar, o jeito foi colocar o produto no mercado. O T-Cross é oferecido em outras três versões, todas com transmissão automática e pacotes de conteúdos que vão progredindo de acordo com o preço na etiqueta. 

A primeira opção com caixa AT6 parte de R$ 94.490. Num degrau acima figura a Comfortline, que também recorre ao motor 1.0 de 128 cv e sai por R$ 99.990. Por fim, a versão topo de linha, Highline 250 TSI, que recebe o motor 1.4 de 150 cv e 25 mkgf de torque do Tiguan e Jetta, a R$ 109.990.

Conteúdos

Mas verdade seja dita, o T-Cross é um jipinho que conta com muito conteúdo desde a versão de entrada. Na lista figuram itens como direção elétrica, ar-condicionado, vidros elétricos, faróis de neblina, controle de estabilidade (ESP), seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, bloqueio eletrônico do diferencial (XDS+), assistente para partida em rampas (Hill Hold), sensores traseiros de estacionamento, luz diurna em LED e lanternas traseiras em LED.

Na versão mais sofisticada, há mimos como quadro de instrumentos e ar-condicionado digital, banco do motorista com ajuste lombar, câmera de ré, indicador de pressão dos pneus, revestimento dos bancos em couro, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos com rebatimento automático, iluminação ambiente em LED, detector de fadiga, sistema Kessy (destrava das portas por proximidade), sistema start&stop e sensores de chuva e crepuscular. 

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