Ternium assume Conselho de Administração da Usiminas, agora com dois representantes da rival CSN

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
tmoraes@hojeemdia.com.br
28/04/2016 às 20:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:10
 (Usiminas / Divulgação)

(Usiminas / Divulgação)

Em uma manobra de defesa, as duas principais acionistas da Usiminas, Ternium/Techint e Nippon Steel (que protagonizam uma verdadeira batalha pela direção da empresa) uniram forças e barraram uma possível presidência do Conselho de Administração (CA) da companhia pela CSN. Elias Brito, da Ternium, foi eleito para comandar o conselho da companhia, durante Assembleia Geral Extraordinária (AGO), realizada nesta quinta-feira (28).

Detentora de 17% das ações da siderúrgica e principal rival dela no mercado, a CSN recebeu do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aval para colocar dois representantes no conselho. A decisão do órgão antitruste gerou polêmica. A escolha dos conselheiros também.

Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade e presidente da GO Consultoria, é um dos representantes da CSN no CA da Usiminas.
 

CSN e Usiminas são concorrentes diretas em aços planos, usados para produção de automóveis, eletrodomésticos, e linha branca

Em 2005, ele prestou consultoria à CSN em negociações da siderúrgica com Vale, avaliadas posteriormente pelo órgão antitruste. Ricardo Weiss, o outro representante da companhia, é sócio de uma empresa de investimentos em mineração, a OHG Mining. Segundo as regras do Cade, os conselheiros devem ser independentes, cumprir as regras do estatuto social da Usiminas e entregar relatórios trimestrais à entidade, detalhando as atividades realizadas.

 Em 2014, o Cade proibiu a CSN de indicar membros para o Conselho de Administração, apesar de a empresa possuir ações suficientes para ocupar as cadeiras.

A cláusula foi imposta para preservar a concorrência do mercado. Afinal, CSN e Usiminas são concorrentes diretas e a participação de membros da CSN nas reuniões decisivas da siderúrgica rival poderia influenciar na competitividade. Na última quarta-feira, a decisão foi alterada por 3 votos a 2.

O Conselho de Administração, que antes contava com 10 lugares, agora tem 11

Segundo o Cade, no entanto, as demais restrições continuam valendo. Entre elas, a proibição de comprar novas ações da Usiminas, que atravessa um momento delicado. A dívida da empresa é R$ 5,69 bilhões. Somente neste ano, vencem R$ 1,9 bilhão.

Como plano de salvamento emergencial, a siderúrgica vai lançar R$ 1 bilhão em novas ações. Segundo fontes de mercado, a previsão é a de que nas próximas semanas a ação venha a público.

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