Testamos o Chevrolet Onix Plus Midnight: A 'viatura oficial' dos compactos

Marcelo Jabulas
@mjabulas
01/01/2021 às 11:20.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:49
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

A renovação da linha Onix foi a grande tacada da GM no Brasil. Hatch e sedã ocupam a primeira e a terceira posições no ranking de emplacamentos, com quase 200 mil unidades emplacadas entre janeiro e novembro de 2020, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Mas vale lembrar que as versões Joy e Joy Plus (as carrocerias da geração passada) fazem parte do bolo.

E depois de um ano de mercado, a Chevrolet decidiu ampliar a oferta de versões da família Onix, principalmente para entregar mais opções com o novo motor turbo, que custou uma baba para ser desenvolvido. As novidades para a linha 2021 foram o RS para o hatch e a Midnight para o sedã. 

 Testamos a versão monocromática do Onix Plus, que reedita a edição “noturna”, que já foi aplicada em boa parte da gama como Cruze, Tracker (da geração passada), S10 e Equinox. Essa edição (com programação para um ano) chega com visual invocado, com pintura preta e tonalidade que se repete no interior, nas rodas, na logomarca e até na máscara dos faróis. 

Mas vale a pena? 

Com preço sugerido de R$ 81.890, a Midnight se posiciona entre a LTZ (R$ 73.590) e Premier (R$ 82.890). E custa cerca de R$ 4 mil a menos que a opção mais refinada do sedã, a Premier 2. Abre mão de alguns itens refinados como ar-condicionado digital, assistente On-Star, Internet 4G embarcada, assim como o assistente de manobra Easy Park.

Analisando friamente, os conteúdos oferecidos na opção topo de linha compensam o boleto de R$ 86 mil, pois acrescem itens que não podem ser adicionados posteriormente. Mas não são itens indispensáveis, uma vez que o 4G embarcado exige plano de assinatura. Já a grande vantagem da Midnight está no visual: as rodas aro 16 exclusivas, assim como os emblemas e o acabamento monocromático do interior. 

Fato é que a edição chega para ampliar as opções do Onix Plus que combinam motor 1.0 turbo de 116 cv e transmissão automática de seis marchas. A GM projeta que tanto o RS como a Midnight correspondam entre 5% e 10% das vendas da dupla. Numa conta de padaria (com os números deste ano), são de 10 mil a 20 mil carros que ajudarão a amortizar os custos da nova geração.

Raio-X Chevrolet Onix Plus Midnight 1.0

O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Gravataí (RS).

Quanto custa?
R$ 81.890

Com quem concorre?
O Onix Plus Midnight concorre na prateleira do alto do segmento de sedãs compactos. Os rivais são Chery Arrizo5, Fiat Cronos, Ford Ka Sedan, Honda City, Nissan Versa, Toyota Yaris Sedan e Volkswagen Virtus

No dia a dia
A versão Midnight surge como opção que faz ponte entre a LTZ e a Premier. É o carro para o consumidor que não pode esticar a corda até os R$ 86 mil iniciais do topo de linha. Apesar de não ser a versão mais sofisticada, tem pacote farto de conteúdos com partida sem chave, ar-condicionado (analógico), direção elétrica, multimídia MyLink (com Android Auto, Apple CarPlay e câmera de ré e carregamento por indução), retrovisores elétricos, assim como vidros elétricos nas quatro portas. Abre mão do assistente de estacionamento, On-Star e Internet 4G embarcada, além do roteador Wi-Fi e sensor de colisão.

O acabamento é todo em tom de preto, que entrega um refinamento visual graças aos bancos forrados em couro. Mas ele não evoluiu nesse quesito: o sedã utiliza plástico por todos os lados e apenas apliques nos descansos usam material macio. 

Ao volante, o Onix Plus é um carro agradável, tem boa posição de dirigir e comandos de fácil acesso. Tudo isso garante conforto e silêncio a bordo.

No uso cotidiano, o carro resolve muito bem as necessidades de quem precisa de um sedã. O espaço interno é farto, assim como os 470 litros do porta-malas, que apesar de ser um pouco menor que o do Prisma, resolve muito bem. 

Motor e transmissão
O motor 1.0 três cilindros turbo de 116 cv e 16,8 mkgf é um estreante no mercado e chama atenção pela excelente oferta de torque em baixa rotação, o que lhe garante um funcionamento ágil para os quase 4,5 metros de comprimento. A unidade é combinada com popular caixa automática de seis marchas que a GM utiliza em sua gama, que oferece trocas rápidas e uma programação com foco na eficiência.

Como bebe?
O consumo com álcool é de 11,5 km/l no combinado entre trajetos urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão segue o mesmo padrão da categoria, fazendo uso do conjunto independente (McPherson) na frente e eixo rígido na traseira. Já os freios utilizam a trivial configuração de discos na frente e tambor atrás. 

Palavra Final
A edição Midnight chega como um paliativo para a GM ampliar a oferta de produtos com o motor turbo 1.0, que demanda de volume para atenuar o custo de manutenção e garantir margem de lucro. 

Para o consumidor, surge como opção para a crescente escalada de preço da linha. Em fevereiro, a versão topo de linha custava cerca de R$ 80 mil. Hoje, o mesmo custaria algo em torno de R$ 88 mil, com o acréscimo de pintura. Uma elevação de aproximadamente de 10%, que não se justifica. 

Trata-se de um carro legal, com visual bacana e bom pacote de conteúdo, mesmo com a remoção dos itens mais sofisticados.

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