Teste: 3008 Griffe, o leão adestrado da Peugeot

Marcelo Ramos
11/01/2019 às 17:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:59
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O segmento de utilitários-esportivos (SUV) é sem dúvida o mais disputado no mercado brasileiro. Apesar de não ter o mesmo volume dos de entrada, devido ao tíquete inicial na casa dos R$ 80 mil, são pelo menos 40 modelos que figuram na lista de emplacamentos da Fenabrave. E nesse bolo em que figuram de um JAC T40 a um Land Rover Range Rover Velar, o Peugeot 3008 busca um lugar ao sol.

O jipinho francês segue como um dos modelos mais refinados que a marca já ofereceu por aqui. A combinação do motor turbo THP, somado ao acabamento impecável e farta lista de conteúdos, com direito a sistemas de condução, faz dele um modelo imbatível. 

Os módulos permitem que o motorista programe a velocidade, determine a distância mínima do veículo à frente e o tornam capaz de seguir a trajetória da faixa de pedestre. No entanto, para funcionar, há uma série de requisitos como velocidade mínima para ativação e faixas legíveis.

Quando tudo está favorável, o leão mostra que foi bem adestrado. Mas em algumas vezes o sistema deixou a desejar. Uma delas foi uma colisão entre dois carros à frente. O sistema não identificou a frenagem brusca e a imobilização dos carros e foi preciso pisar com força para evitar um ménage à trois em pelna BR-040.

Cifras
O 3008 sofre com dois problemas graves: preço e fama. É um automóvel caro. Oferecido apenas na versão Griffe, topo de linha na Europa, o preço de R$ 160.990 não é nada convidativo. 

Mesmo que o pacote de conteúdos o coloque num patamar de rivais bem mais caros como BMW X1, Mercedes-Benz GLA e Audi Q3, fato é que os rivais diretos custam bem menos, como o Compass, Tiguan e Eclipse Cross.

Chagas do leão
O segundo problema é a pecha que as primas Peugeot e Citroën herdaram por aqui. Não é surpresa para ninguém que os modelos PSA ostentam a fama de terem manutenção cara e mecânica frágil. São máculas que refletem no desempenho do SUV, que emplacou apenas 2.844 unidades em 2018, ficando atrás de modelos bem mais caros como o Toyota SW4, Volvo XC60, assim como GLA e X1. 

Ou seja, o 3008 é um produto que mostra a excelência da PSA no mercado europeu, com um nível de refinamento ímpar, mas que mais uma vez parece estar fora de sintonia com o mercado brasileiro. Uma pena!

Raio-x Peugeot 3008 Griffe 1.6

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Sochaux, na França.

Quanto custa?
R$ 160.990

Com quem concorre?
O 3008 se posiciona no segundo degrau dos utilitários-esportivos de médio porte, segmento capitaneado pelo Jeep Compass. Nessa seara estão modelos como Chevrolet Equinox Premier 2.0 (R$ 167.790), Honda CR-V EXL 4X4 1.5 (R$ 180 mil), Hyundai Tucson GLS 1.6 (R$ 137.900), Jeep Compass Limited 2.0 (R$ 146.990 mil), Mitisubishi Eclipse Cross 1.5 (R$ 150 mil) e VW Tiguan Allspace R-Line 1.4 (R$ 150 mil).

No dia a dia
O 3008 é sem dúvida o automóvel mais qualificado que a marca já vendeu no mercado brasileiro. Repleto de mimos, o jipinho oferece muito conforto para quatro passageiros e leva um quinto sem muito aperto. A boa qualidade do acabamento, mais montagem e conteúdos fazem dele um concorrente agressivo no segmento de SUVs de porte intermediário. 

Itens como ar-condicionado digital de duas zonas, com controle na tela central, câmera de ré em 360º, banco do motorista elétrico e com massageador (inclusive para o passageiro), multimídia com Apple CarPlay e Android Auto e teto solar panorâmico são bons argumentos de compra. O modelo também passou a ser equipado com assistentes de condução com direito a controle adaptativo de cruzeiro (ACC) e monitor ativo de faixa de rodagem. 

O problema é que nem sempre o sistema consegue “ler” as demarcações da pista, o que não permite a ativação dele. Mas trata-se de uma deficiência das vias públicas e não do carro que foi projetado para rodar nas impecáveis vias europeias. 

Motor e transmissão
O motor turbo THP 1.6 de 165 cv e 24,5 mkgf é o mesmo que equipava o antecessor desde 2009, desenvolvido em conjunto com a BMW e que equipa praticamente boa parte da gama Peugeot e Citroën. Mas nem por isso é ultrapassado. Pelo contrário, a unidade garante ao modelo excelente performance. 

A transmissão automática de seis marchas também é velha conhecida nos carros das duas marcas francesas. O destaque fica por conta da alavanca de seleção eletrônica, que dispensa acionamento mecânico. Com o veículo parado, basta desligá-lo que automaticamente a transmissão entra em parking e o freio de estacionamento é ativado.

Como bebe?
O 3008 é importado da França e por essa razão o motor não foi convertido para uso de álcool e gasolina. O consumo urbano foi na ordem de 10,4 km/l.

Suspensão e freios
A suspensão segue o trivial sistema independente McPherson na frente e eixo de torção atrás. Apesar de ser sofisticada como as utilizadas em alguns rivais, conta com auxílio dos controles de estabilidade (ESP) e tração. Já os freios utilizam discos ventilados na frente e sólidos na traseira e contam com assistente de partida em rampa (Hill Holder)

Pontos positivos
Estilo
Construção e acabamento
Consumo

Ponto negativo
Preço

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