Teste Argo Trekking se vira bem em meio à buraqueira

Marcelo Ramos
15/08/2019 às 21:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:00
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Hatches aventureiros estão no mercado há bastante tempo e se ramificam entre modelos de entrada e também em carros de luxo, como o Audi A1 Citycarver, que foi apresentado recentemente na Europa. No Brasil, os aventureiros têm diversos representantes, como Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20, Ford Ka FreeStyle, Renault Stepway e o Fiat Argo Trekking.

O italiano chegou ao mercado em abril, com a incumbência de aumentar a participação do Argo no varejo. Atualmente, o hatch figura na sétima posição entre os modelos mais vendidos, segundo a Fenabrave, com 42.820 unidades licenciadas entre janeiro e julho. Números que correspondem a cerca de 6 mil unidades mensais.

O carro
O aventureiro abandona a antiga denominação Adventure (que sobrevive em veteranos como Doblo e na perua Weekend) e adota o sobrenome Trekking. Ao contrário de todos seus rivais, ele é o único que é oferecido exclusivamente com caixa manual. Tanto que no caso do Ka FreeStyle, a versão 1.5 só há opção automática. Quem busca o Fordinho manual tem que recorrer à versão com motor 1.0.

Há quem aposte que o “escoteiro betinense” receberá caixa automática, do tipo CVT, num futuro próximo. Por outro lado, há apostas que a eliminação do pedal de embreagem só ocorrerá por volta de 2021, quando o motor turbo 1.0 GSE se espalhará aos modelos da gama Fiat. 

Bola fora
Outra penalidade do Argo Trekking é a ausência de controle de estabilidade (ESP). O equipamento não é ofertado nem como item opcional. Airbag lateral também é ficção no hatch italiano, assim como no Hyundai e também no Chevrolet. 

O Ka oferece ESP de série e bolsas laterais apenas na opção com motor 1.5 e caixa automática. No caso do Stepway, as quatro bolsas estão em todas as versões, mas o ESP está limitado às opções com transmissão do tipo CVT.

Raio-x Fiat Argo Trekking 1.3

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de Betim (MG).

Quanto custa?
Entrada: R$ 59.990
Testado: R$ 63.150

Com quem concorre?
O Argo Trekking concorre no segmento de hatches aventureiros, com caixa manual. Seus concorrentes são Chevrolet Onix Actv 1.4 (R$ 62.290), Ford Ka FreeStyle 1.0 (R$ 56.690), Hyundai HB20 X 1.6 (R$ 63.990) e Renault Stepeway Zen 1.6 (R$ 61.190).

No dia a dia
O Argo é um compacto bem ajustado, que oferece bom nível de conforto para quatro ocupantes. O acabamento é simples, com plásticos duros para todos os lados. Seu pacote inclui ar-condicionado, multimídia (que oferece conexão nos padrões Apple CarPlay e Android Auto). Há opcional de câmera de ré, que acresce mais R$ 710. Outro item que pode ser adicionado são as rodas de liga leve aro 15. Nesse caso, são R$ 1.650 a mais na conta.

A grande vantagem do Argo Trekking, além de seu estilo aventureiro, com molduras, teto bicolor e acabamento interno exclusivo, está na altura livre, 4cm acima do hatch citadino. Apesar de não permitir acesso a terrenos acidentados, ele ajuda a transpor a buraqueira das vias brasileiras, assim como reduz o risco de raspar o para-choque em rampas e até mesmo rodar em estradas de terra sem sacrificar o assoalho.

Motor e transmissão
O motor Firefly 1.3 de 109 cv e 14,2 mkgf de torque é um dos melhores já feitos pela marca, ao lado da versão 1.0 três cilindros. A unidade entrega muito torque em baixas rotações que se mostra excelente em cidades de topografia sinuosa, como Belo Horizonte e adjacências.

A caixa manual de cinco marchas é uma velha conhecida do consumidor Fiat. Seus engates longos e pouco precisos incomodam muito. Talvez a troca das buchas resolveriam o problema.

Como bebe?
Abastecido com álcool, ele registrou média de 9,8 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão do hatch italiano segue o “padrão” com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto 4cm mais alto não chega a comprometer a estabilidade, mas ele sacoleja um pouco mais que o restante da linha. Já os freios contam com disco na frente e tambor na traseira, mas pecam por não contar com controle de estabilidade (ESP), nem como item opcional.

Ponto positivo
Consumo
Conteúdos de série

Ponto negativo
Faltam controle de estabilidade e bolsas laterais

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