Teste: Cronos Precision manual só peca pela caixa

Marcelo Ramos
07/06/2019 às 18:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:01
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

A transmissão automática tem se popularizado no mercado brasileiro. Entre os utilitários-esportivos (SUV) ela já corresponde a cerca de 90% das vendas. Entre os compactos, o percentual é bem mais modesto. Mesmo assim, a opção está presente na grande maioria dos modelos, sejam eles hatches ou sedãs. 

No entanto, entre os compactos, uma transmissão automática pode significar um aumento de preço significativo. Como no caso do Fiat Cronos.

Quando o sedã estreou no ano passado, oferecia a caixa automática de seis marchas apenas na versão Precision 1.8. Hoje, motor e caixa podem ser combinados numa opção mais simples, a Drive 1.8. Para receber a caixa sem pedal, a versão perdeu equipamentos como rodas de liga leve, faróis de neblina e assinatura em LED (que não pode ser confundido com Luz Diurna). 

Ele também perdeu os bancos traseiros bipartidos, assim como vidros elétricos traseiros, se comparado ao Precision 1.8 com caixa manual. No entanto, custa os mesmos R$ 69.990 iniciais.

Reencontro
Voltamos a testar a versão Precision 1.8 manual, num pacote recheado que lhe dá direito a todos opcionais disponíveis como pintura metálica, ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis e dos limpadores de para-brisa, câmera de ré e demais apetrechos que valorizam a vida a bordo. Mas tudo isso tem preço e eleva o valor para quase R$ 80 mil. 

São itens que oferecem muita comodidade no uso cotidiano, mas não são capazes de entregar a praticidade de uma transmissão automática. Ainda mais quando se trata daquela longínqua caixa manual de cinco velocidades, com engates bambos e funcionamento estranho do sistema o Start/Stop. 

Nos modelos automáticos, o motor é religado assim que o motorista tira o pé do freio. No caso do manual, a ignição ocorre quando o motorista pressiona a embreagem ou quando o carro começa a se movimentar, mesmo em ponto morto. Para arranques em ladeira é preciso ficar esperto. 

No frigir dos ovos, se o consumidor faz questão da cesta do Precision, melhor pagar R$ 5,5 mil a mais e levar o automático.

Raio-x Fiat Cronos Precision 1.8 (manual)

O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de Córdoba (Argentina).

Quanto custa?
Entrada: R$ 69.990
Testado: R$ 79.475

Com quem concorre?
O Cronos Precision 1.8 (manual) se posiciona na posição intermediária entre os compactos sem transmissão automática. Assim, ele concorre com Chevrolet Prisma LTZ 1.4 (R$ 63.190), Chevrolet Cobalt LTZ 1.8 (R$ 66.590), Ford KA+ SEL 1.5 (R$ 61.250), Honda City DX 1.5 (R$ 60.900), Hyundai HB20S Comfort Plus 1.6 (R$ 59.230), Nissan Versa SL 1.6 (R$ 63.990), Renault Logan Dynamique 1.6 (R$ 59.650), Toyota Etios Sedan X-Plus 1.5 (R$ 57.770) e Volkswagen Virtus MSI 1.6 (R$ 59.990).

No dia a dia
O Cronos é um compacto que segue a receita dos demais modelos do mercado. O acabamento é simples, mas a montagem é convincente, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. O nível de ruído também é baixo, apesar de o isolamento acústico estar longe de ser exemplar.

A versão testada, equipada com opcionais que dão ao sedã muita comodidade com direito a ar-condicionado digital (de apenas uma zona), sensores de ré, chuva e acendimento automático dos faróis, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas, multimídia de sete polegadas e câmera de ré, se somam à direção elétrica, rodas de liga leve aro 16 e faróis de neblina.

O Cronos se destaca pelo bom espaço interno, tanto para quem viaja na frente quanto atrás. Leva quatro adultos com bom conforto. O espaço para bagagem é excelente: são 520 litros que permitem acomodar muita coisa e que superam as dimensões de utilitários e sedãs médios.

Motor e transmissão
O motor Etorq Evo 1.8 16v de 139 cv e 19,2 mkgf faz do Cronos um automóvel ágil e que acelera bem, mas o torque só aparece mesmo acima dos 3 mil rpm, o que exige encher o motor e consequentemente impacta na eficiência. Nas arrancadas em ladeira, é preciso dar um pouco mais de pé, senão ele morre, mesmo que o Hill Holder não o deixe voltar.

A caixa manual de cinco marchas é a mesma de sempre, com engates longos e pouco precisos. O ideal seria que a Fiat adotasse a caixa manual de seis marchas, que já comercializou no Fiat 500, tem melhor escalonamento, é justa e favorece a eficiência.

Como bebe?
Abastecido com álcool, ele registrou média de 7,5 km/l no trajeto combinado entre rodoviário e urbano. Trata-se de uma média aceitável, principalmente quando se trata de um conjunto mecânico ultrapassado.

Suspensão e freios
A suspensão segue o “padrão” com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto é bom e garante boa firmeza em velocidades mais altas, sem comprometer o conforto em pisos irregulares. Os freios são a disco (na frente) e tambor (na traseira). Ele ainda conta com controles de estabilidade e tração, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder).

Pontos positivos
Espaço interno
Porta-malas

Montagem
Pontos negativos
Pacotes de opcionais caros
Isolamento acústico precário

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