Teste: Fiat Argo drive é honesto como versão Joy do Onix

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
30/11/2017 às 21:37.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:58
 (Fiat)

(Fiat)

O Fiat Argo chegou ao mercado no primeiro semestre com a missão de ser a tábua de salvação da unidade fabril de Betim. A planta mineira tem visto ir para o cadafalso boa parte dos modelos que eram feitos lá, como Palio Fire, Siena EL, Punto, Bravo, Linea e Idea –como se fosse uma epidemia. Daí, o hatch de linhas moderninhas se une a Uno, Mobi, Strada e aos condenados Palio e Weekend para dar volume à fábrica que já foi a principal unidade da Fiat no mundo.

Com 17 mil unidades licenciadas até outubro, o Argo é o 36º automóvel no ranking de emplacamentos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Mesmo assim, sua média de vendas é de 4 mil unidades, o que não é de todo mal, mas está longe de ser o ideal para reduzir a ociosidade de uma fábrica que tem capacidade para produzir 800 mil carros. 

Depois de testarmos as versões Precision e HGT, equipadas com motor 1.8 de 139 cv, chegou a vez de rodarmos no Drive 1.0 de 77 cv. Pode parecer conversa de pescador, mas a versão é a mais honesta e racional do modelo, tal como o Onix Joy (com visual antigo) também é a opção mais inteligente do compacto da Chevrolet. 

E o que faz do Argo Drive um carro a se pensar é a combinação de elementos como preço, consumo e conteúdo. Partindo de R$ 46.800, o carrinho oferece pouca coisa, mas já vem com direção elétrica, ar-condicionado e vidros elétricos dianteiros, sistema Start/Stop e computador de bordo.<EM>

Recheio
No entanto, para se obter um bom nível de comodidade é preciso gastar mais R$ 4.900 e adicionar módulo multimídia (com conexões nos padrões Android Auto e Apple Carplay e câmera de ré), segunda entrada USB, vidros traseiros e retrovisores elétricos, com função de rebatimento para balizas.

Racional, ele não oferece itens como faróis de neblina como opcional, assim como rodas de liga leve. Quem quiser incrementar o carrinho terá que visitar a rede de acessórios. No entanto, quem busca um carro racional não deve pensar em investir em adereços e sim gastar o menos possível com perfumarias. 

Versão ainda mais básica
Quem se interessou pelo Argo Drive, é bom esperar. Na próxima semana a Fiat apresenta uma nova versão de entrada, que nada mais é que o Drive mais simplificado (sem pré-disposição para rádio, limpador traseiro, regulagem de altura do banco do motorista e chave canivete) e preço inicial de R$ 43.990, para ocupar a vaga do Palio que está a beira da sepultura e também se aproximar dos preços iniciais dos concorrentes que, na grande maioria, giram abaixo dos R$ 45 mil. E a razão da espera é que, com a nova versão (que não tem sobrenome), a Drive passa a contar com central multimídia como item de série, sem acréscimo no preço.

Raio-x Fiat Argo drive 1.0

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de Betim (MG).

Quanto custa?
Entrada: R$ 46.800
Testado: R$ 51.700

Com quem concorre?
O Argo Drive se posiciona na base dos hatches compactos e tem como rivais modelos como Chevrolet Onix Joy 1.0 (R$ 41.690), Ford Ka S 1.0 (R$ 43.700), Hyundai HB20 Comfort 1.0 (43.300), Nissan March S 1.0 (R$ 44.490), Renault Sandero Authentique 1.0 (R$ 43.430), Toyota Etios X 1.3 (R$ 46.880) e Volkswagen Gol Trendline 1.0 (R$ 42.990).

No dia a dia
O Argo é um compacto bem ajustado, que oferece bom nível de conforto para quatro ocupantes. O acabamento é simples, com plásticos duros para todos os lados, mesmo que o multimídia destacado (que custa R$ 2.300) e a saída tripla da refrigeração deem um tom sofisticado ao hatch. Ele é um carro racional, para o consumidor que busca um automóvel novo, de baixo consumo e com o mínimo de equipamentos para garantir comodidade e conforto básicos. 

Motor e transmissão
O motor Firefly 1.0 (três cilindros) de 77 cv e 10,9 mkgf de torque é sem sombra de dúvidas um dos melhores que Fiat já desenvolveu (pelo menos para o mercado brasileiro) e oferece comportamento exemplar, apesar do ruído pouco emotivo. <EM>

A caixa manual de cinco marchas, por sua vez, está longe de ser uma referência, seus engates longos, imprecisos e a alavanca frouxa incomodam. Mesmo assim, casa bem com o motor, apesar de que se fosse mais justa as trocas seriam mais rápidas e o giro cairia menos.<EM>

Como bebe?
Abastecido com álcool, ele registrou média de 13,2 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão do hatch italiano segue o “padrão” com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto privilegia o conforto, mas ele se mostra bastante estável em curvas de maior velocidade, na faixa dos 110 km/h. Já os freios contam com disco na frente e tambor na traseira.

Pontos positivos
Consumo
Montagem

Pontos negativos
Lista de conteúdo de série escassa
Mais decoração que emoção

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