Teste: Fiat Strada Volcano é um compacto com caçamba

Marcelo Jabulas
@mjabulas
17/10/2020 às 00:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:49
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Alguns irão dizer que foi o Uno, outros o Palio, mas fato é que a grande tacada da Fiat no Brasil se chama Strada. A picapinha tem carregado a marca na caçamba nos últimos 22 anos. A chegada da segunda geração, que finalmente aplicou uma cabine dupla, quatro portas e cinco assentos, já surtiu resultados. 

 Em setembro, o utilitário foi o carro mais vendido do país, com quase 12 mil unidades emplacadas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). É a segunda vez que ela se destaca no mercado. Em março de 2015 também foi a mais vendida, com quase 10 mil unidades.

E o bom desempenho da picape está na combinação de praticidade, preço menos abusivo que de uma picape médio ou sua irmã Toro, e confiabilidade. Ao longo de seus 22 anos de labuta, a picapinha tem mostrado valentia, baixo custo operacional para quem a coloca na lida, e comodidade para quem a utiliza como carro de passeio.

E depois de testar a versão cabine dupla de entrada, chegou a vez de avaliar a topo de linha Volcano. A picape chamou atenção pelo preço de lançamento, de R$ 80 mil, que era apenas R$ 6 mil a mais que a versão Endurance cabine dupla. Hoje o valor inicial subiu para R$ 82.290, mas ainda sim faz da Volcano a melhor opção da linha.

Essa picape se comporta como um compacto e conta com pacote farto de conteúdos. Seu único opcional são as rodas aro 16 e o tipo de pintura. Assim, surge bem completa, mas nada que não seja obrigatório num automóvel que superou os R$ 80 mil.

O grande trunfo é a caçamba, que na versão inclui capota marítima. Item que permite seu uso como porta-malas, quando há necessidade de levar a bagagem da família toda. 

O compartimento de carga tem bom volume 844 litros e capacidade para 650 quilos de carga. Dá para colocar uma lona e fazer uma senhora piscina nesse calor. 

Ou seja, a Volcano é uma opção para quem precisa agregar num único carro o transporte da família e o veiculo de trabalho, mas com mais refinamento que a Endurance.

Raio-x Fiat Strada Volcano 1.3 CD

O que é?
Picape leve, cabine dupla, quatro portas e cinco lugares

Onde é feita?
Fabricada na unidade da FCA, em Betim (MG)

Quanto custa?
R$ 82.290

Com quem concorre?
A Strada cabine dupla concorre com VW Saveiro cabine dupla e com a Renault Duster Oroch.

No dia a dia?
A Strada Volcano é a opção para o consumidor que busca conciliar caçamba com seu automóvel de lazer, mas não pode pagar por uma média ou pela Toro. A versão é a topo de linha da gama e conta com visual mais esportivo, com direito a rodas de liga leve, faróis com LED, rack integrado ao santo-antônio e capota marítima. 

Se por fora chama atenção, por dentro não nega a origem laboral. Assim todo revestimento de portas e painéis é em plástico duro. O quadro de instrumentos de Mobi pode reforçar a ideia de simplicidade, mas o carro é bem recheado. De série, conta com direção elétrica, ar-condicionado, vidros elétricos nas quatro portas, multimídia Uconnect (com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, além de câmera de ré), computador de bordo em TFT, sensor de estacionamento.

No uso cotidiano ela se comporta como um Cronos 1.3, pois têm medidas parecidas. Assim, é um utilitário que resolve bem na cidade, consegue se espremer no trânsito com mais desenvoltura que a Toro e as opções maiores. O nível de conforto da picape agrada e se o amigo não olhar para a caçamba no retrovisor não se lembra de que é uma caminhonete. 

Quem viaja atrás tem a mesma comodidade de um compacto, apesar de o encosto do banco ter ângulo mais fechado que de um hatch ou sedã. Mas é mais confortável que na geração passada. A posição de dirigir é elevada e garante boa visibilidade. No entanto, a traseira ficou muito alta (para elevar o volume de carga). A câmera de ré é fundamental. 

Motor e câmbio
A Volcano é equipada com motor 1.3 Firefly de 109 cv e 14,2 mkgf de torque. A unidade oferece comportamento mais esperto que a unidade 1.4, mas não tem o mesmo vigor do antigo 1.8 Etorq. Por outro lado, tem consumo bem mais comedido. Além disso, esse motor tem boa entrega de força em baixa rotação, o que contribui para eficiência e boa dirigibilidade quando a caçamba estiver carregada. Já a transmissão manual de cinco marchas é padrão em toda gama, com os mesmos engates imprecisos de sempre. 

Consumo
Abastecida com álcool, registrou consumo combinado (rodoviário e urbano) na casa dos 10,4 km/l, sem carga.

Suspensão e freios
A Strada não se tornou líder de vendas por ser macia. Na verdade é líder porque tem, literalmente, suspensão de caminhão. O conjunto traseiro com feixe de molas e eixo rígido segue lá como na geração passada e na Fiorino Pick-Up. Mas ela conta com batentes graúdos que ajudam a absorver os impactos quando os amortecedores chegam ao final do curso. Na frente, o trivial McPherson.

Os freios são a disco na frente, e tambor, na traseira. Ela ainda conta com controles de estabilidade e tração, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder). E bloqueio de diferencial eletrônico.

Palavra final
A Strada Volcano é a picape para o cara que queira comprar um Argo ou Cronos intermediário, mas precisa de uma caçamba. Ela resolve como carro familiar com comodidade e bom pacote de equipamentos de série.

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