Teste Ford Edge ST: O legítimo carro americano

Marcelo Jabulas
26/09/2019 às 21:40.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:57
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Foram os norte-americanos que inventaram os utilitários-esportivos (SUVs). É bem verdade que os europeus e japoneses aprimoraram (e muito) esses grandalhões, mas não há como retirar o crédito dos fabricantes do Tio Sam. E todo jipão de Detroit que se preze tem uma peculiaridade: é grande.

O Edge ST é a mais perfeita síntese do automóvel americano moderno e exemplifica a estratégia de mercado da Ford. Nos EUA, a marca já bateu o martelo e concentrará as vendas nos segmentos de picapes e utilitários, como o Edge.

 O único modelo que terá continuidade será o Mustang, o grande ícone da marca que vende muito bem por lá e em outros mercados também. Mas o pony car é assunto para outro dia, e vamos nos ater ao jipão.

O Edge ST chegou este ano para substituir a versão Titanium. Com visual atualizado e mais eficiente, é equipado com a unidade turbo EcoBoost V6 2.7, de 335 cv e 54 mkgf de torque. Números bem mais generosos que os 284 cv e 35 mkgf do antecessor. E o fôlego extra fez bem ao Edge. Ele acelera como um esportivo compacto, mesmo com 2,1 toneladas de peso.

O Edge agrega elementos de outros jipões norte-americanos como Dodge Journey e Jeep Grand Cherokee, como o imenso espaço interno, que leva cinco adultos com folga, qualidade de montagem impecável e um sistema de áudio HiFi, fornecido pela alemã Bang & Olufsen. 

Por dentro, a atual geração não difere muito da primeira. Inclusive a disposição do quadro de instrumentos é a mesma do Edge vendido entre 2007 e 2014, com velocímetro ao centro, com duas telas coloridas que combinam instrumentação e entretenimento. Confesso que tive um Déjà vu ao embarcar, ou foi falha na Matrix?

O modelo tem um pacote de conteúdos em que se destacam itens como aquecimento e resfriamento dos bancos. O segundo item é muito útil nos dias quentes e ajuda a dissipar o calor nos assentos. Outro mimo, coisa de carro de luxo, é a abertura e o fechamento automático do porta-malas. Parece coisa de gente preguiçosa, mas é uma mão na roda quando as mãos estão ocupadas.

O Edge ST ainda oferece teto panorâmico, carregador sem fio, luzes de cortesia, duas telas nos encostos de cabeça, com direito a DVD, HDMI e USB. É como voar de primeira classe, por R$ 300 mil.

 
Ford EDGE ST 2.7 4WD
 

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) médio, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Oakville (Canadá).

Quanto custa?
R$ 299.900

Com quem concorre?
O Edge ST se posiciona num segmento de utilitários de porte médio de luxo, mas com proposta esportiva, que orbitam na faixa dos R$ 300 mil. Tem rivais como Audi Q5, BMW X3, Mercedes GLC, Jaguar F-Pace, Porsche Macan e Volvo XC60.

No dia a dia
O Edge ST intimida pelo visual agressivo, acentuado pelas imensas rodas aro 21 e as ponteiras de escapamento integradas ao para-choques. No entanto, ao dar a partida, o Edge é um carro “afável”, que ajusta volante e bancos ao gosto do condutor. Silencioso, seu V6 não berra. Os bancos largos abraçam o motorista de forma confortável e as laterais elevadas indicam que, quando necessário, o assento irá te segurar. 

No trânsito, o Edge demanda tolerância. Os 4,8 metros de comprimento e 1,8 metro de largura te obrigam a andar maneiro e atento à faixa de rodagem – mas não se preocupe, ele te coloca de volta na rota. Afinal, o jipão tem assistentes para monitorar não só seu lugar na pista, mas conta com frenagem automática, alerta de colisão e assistente de manobras (que ajudam a fazer a baliza desse paquiderme) e tudo mais que um consumidor que torra R$ 300 mil merece ter.

Se na cidade ele demanda cuidados e não aceita parar em qualquer vaga, na estrada o Edge ST mostra a que veio e garante muito conforto a bordo para todos os ocupantes. E para molecada, nada mais legal que o sistema de entretenimento acoplado aos encostos de cabeça.

Motor e transmissão
Motor turbo EcoBoost V6 2.7 segue a tendência dos motores norte-americanos atuais. Seus 335 cv e 54 mkgf de torque garantem uma performance invejável. A transmissão de oito marchas tem seletor circular, como nos modelos Land Rover. A leitura das posições pode ser confusa, mas basta olhar para o quadro de instrumentos que o indicador da posição do câmbio estará destacado. 

Tudo isso somado ao sistema de tração integral que é capaz de transferir praticamente todo torque para o eixo que demandar. Ou seja, dá para dar motor com força, sem medo do jipão perder chão.

Como bebe?
Abastecido exclusivamente com gasolina, a média de consumo na cidade foi de 5,9 km/l. Na estrada, 8,5 km/l. 

Suspensão e freios
O Edge ST é um carro de 2,1 mil quilos e 1,7 metro de altura. Ou seja, em tese não é um automóvel que estimule manobras arrojadas. No entanto, o conjunto de suspensão totalmente independente assinado pela Ford Performance consegue ser confortável e extremamente firme. Em curvas mais rápidas, a carroceria tende a oscilar, mas controles de tração (TC) e estabilidade (ESP) não deixam que o controle escape. Os freios contam com discos ventilados, na frente, e disco sólidos, atrás, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder).

Pontos positivos
Conteúdo
Eletrônica embarcada
Acabamento e montagem


Ponto negativo
Não cabe no meu bolso

  

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