Teste: Golf GTI não perdeu o pique, mesmo perto da aposentadoria

Marcelo Ramos
08/02/2019 às 20:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:28
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O segmento de carros esportivos geralmente é dominado por modelos de carroceria cupê e estilo agressivo, que oferecem grande performance, mas nem sempre são práticos no uso diário. Daí são relegados a segundo, terceiro e até quarto carro da garagem. Afinal, não dá para levar os filhos para a escola num conversível de dois lugares. 

E como há quem precise combinar a vitalidade de um carro esporte com uma arquitetura prática para as atividades cotidianas, o Golf GTI mostra-se uma das opções mais certeiras desse saboroso dilema.

Testamos pela segunda vez o GTI fabricado no Paraná. O modelo passou por uma pequena plástica, que se concentrou nos para-choques. Trata-se de um procedimento estético sutil, que se concentra nas molduras ao redor dos faróis de neblina e também na parte inferior da peça traseira, realçando as ponteiras do escapamento.

A atual geração do Golf está na reta final. A oitava geração deverá ser revelada este ano. Publicações europeias cravam que as vendas começam já na virada do semestre. Se for verdade, significa que a apresentação deverá ocorrer no Salão de Genebra, em março.

Com uma nova geração chegando ou não, o que importa mesmo é que o GTI tupiniquim ficou mais potente. O motor TSI 2.0 foi recalibrado de 220 para 230 cv. Já o torque permanece com os mesmos gratos 35,7 mkgf, disponíveis a irrelevantes 1.500 rpm. Ou seja, esse carro entrega toda a força bem próximo do ponto morto.

Em termos práticos, isso significa que ele pode ser ao mesmo tempo um automóvel intempestivo, que cola as costas do motorista no banco quando provocado, mas também um dócil carro familiar com bom espaço interno e consumo baixo. 

Acredite! Por trás dessa carranca malvada o GTI é um carro que pode entregar média de 9,6 km/l. Algo impensável para um Golf 2.0 da geração passada, o Sapão, que bebia como um gambá.

Tomará que ele não nos deixe na nova geração, pois é um senhor automóvel. Mesmo sendo tão caro.

Raio-x Volkswagen Golf GTI 2.0

O que é?
Hatch médio, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de São José dos Pinhais (PR).

Quanto custa?
R$ 149.290 
R$ 169.950 (testado)

Com quem concorre?
Hatches de alto desempenho podem ser encontrados no Brasil, mas se relegam a modelos como BMW 125i M Sport 2.0 (R$ 195 mil) e Mercedes-Benz A 250 2.0 (R$ 195 mil). Outro concorrente de longa data é o Honda Civic Si 1.5 (R$ 162.900), que não faz feio diante dos rivais.

No dia a dia
GTI é um automóvel de dupla personalidade. Mas esse é seu grande diferencial. Pois ele consegue ser ao mesmo tempo um carro esporte de temperamento explosivo e também um pacato hatch familiar apenas com um toque de botão. O seletor de comportamento dinâmico permite ajustar o regime do motor, tempo de trocas e carga da direção, tanto para foco em performance, quanto no conforto. O hatch ainda tem opcionais que entregam assistentes como Controle de Cruzeiro Ativo (ACC), que monitora o tráfego à frente e aciona os freios em caso de emergência e também o Park Assist, que executa manobras tanto em vagas paralelas como em 90°. 

Recentemente, passou a ser oferecido com quadro de instrumentos digital, que permite configurar o lay-out do monitor diante do volante. E ainda oferece sensores frontais, laterais e traseiros – além de auxiliar nas manobras, ajudam a evitar colisões –, câmera de ré, módulo multimídia com conexão para smartphone nos padrões Mirror Link, Apple Car Play e Android Auto, além de teto solar panorâmico. O pacote completo eleva o preço em R$ 20 mil. Nas concessionárias, dificilmente se encontra unidades para pronta entrega sem esse pacotão.

Motor e transmissão
O motor TSI 2.0 turbo é um dos mais populares no Grupo VW e equipa modelos Volks, Audi, Seat e Skoda. Para o GTI, ele foi calibrado para entregar 230 cv e 35,7 mkfg de torque, estes disponíveis a partir de 1.500 rpm. Ou seja, as respostas são proporcionais à força aplicada no pedal direito.

Como bebe?
Com uso exclusivo de gasolina, o GTI (no modo Eco) registrou médias de 9,6 km/l no misto entre trajeto rodoviário e urbano. Já no modo Sport, o consumo despenca para cerca de 5,5 km/l.

Suspensão e freios
Com conjunto independente nas quatro rodas e um ajuste firme das molas e amortecedores, o GTI não gosta de buracos, principalmente seus pneus de perfil baixíssimo, que podem rasgar com facilidade e acrescer pelo menos R$ 1 mil no orçamento. No entanto, ele ignora qualquer tipo de desnível e depressão e mantém a carroceria estável em qualquer situação. 

Os freios a disco nas quatro rodas mordem forte e permitem frear em pouca distância. Um senão é a ausência do freio de estacionamento eletrônico, que deu lugar à popular alavanca. Mas há quem prefira assim!

Pontos positivos
Conteúdo
Acabamento e montagem
Desempenho
Consumo

Pontos negativo
Preço 
Não é meu! :(

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