Teste: Jeep Compass Longitude é a opção mais acessível para linha 4x4

Marcelo Jabulas
@mjabulas
30/01/2021 às 01:03.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:03
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Não se pode negar que Renegade e Compass foram duas tacadas perfeitas da Jeep. Os utilitários, que por aqui são feitos em Goiana (PE), não só garantiram a liderança da marca no segmento SUV, mas também foram fundamentais para a FCA (hoje Stellantis) consolidar a fusão entre Fiat e Chrysler. 

 Hoje, o Renegade já não goza do título de líder geral e nem está na ciranda dos compactos. Mas o Compass é imbatível entre os médios. Em 2020 foram nada menos que 52.968 unidades licenciadas, segundo a Fenabrave. Foi o terceiro modelo mais vendido, atrás do T-Cross e o irmão menor. Para se ter uma ideia, entre os médios, o segundo colocado no ano passado foi o Volkswagen Tiguan, com 8.298 unidades emplacadas. O Equinox figura com 4.812 carros. 

Essa disparidade tem nome e sobrenome: produção nacional. Tanto o VW, como o GM, são importados do México. E mesmo com isenção tributária, devido a acordo entre os dois países, as fabricantes se dedicam mais ao que é feito aqui do que ao que vem de fora, claro. Afinal, é o carro feito aqui que paga a conta. 

Mas o berço esplêndido do jipe pernambucano está ameaçado. Em abril, a Volkswagen lançará o argentino Taos. Inclusive, a marca já iniciou seus encontros com a imprensa para detalhar as virtudes do SUV portenho. A GM fará apenas uma atualização de estilo no Equinox, o que não deverá trazer grande vantagem. Mas o que pode tirar o sono da Jeep é o Corolla Cross, que também está cotado para chegar este ano.

Para tentar conter as investidas dos rivais, o Compass passará por atualização de estilo e ganhará motor 1.3 turbo 170 cv para substituir o antigo 2.0 de 166 cv. O ganho de potência pode ser modesto, mas a maior disponibilidade de torque em baixa rotação, garantirá mais força e menor consumo. 

Mercado

O Compass encareceu ao longo de 2020. É hoje oferecido com versões que partem de R$ 133 mil e sobe a até R$ 227 mil. Mas apesar dos preços mais salgados e os efeitos da pandemia do Covid-19 que derrubou os emplacamentos em quase 27%, o Compass parece não ter sentido tanto a pancada. O jipe anotou retração de apenas 13,4% sobre 2019. E um dos fatores está em seu perfil de consumidor.

O comprador deste SUV tem maior poder aquisitivo que o sujeito que compra um compacto ou popular. Além disso, o jipinho atende aquele consumidor que precisou descer o sarrafo. Era o cidadão que almejava um SUV premium importado, mas viu que poderia levar um carro que entregava bastante comodidade abaixo dos R$ 200 mil. 

O que seus futuros rivais farão é seguir o mesmo caminho do Compass. Ou seja, seduzir aquele comprador que namorava um Audi Q3, mas terá que se contentar com médio regional.

Teste

Dessa vez avaliamos a versão Longitude 2.0 AT9 4x4, que figura como a opção de entrada para a moto-rização. Seu preço de R$ 188.990 assusta. E a versão testada chega perto dos R$ 200 mil. No início do ano passado, era possível comprar a versão topo de linha Trailhawk por R$ 181 mil. Hoje a mesma parte de R$ 209 mil. 

E para quem pode pagar, o Compass 4x4 oferece o conforto e praticidade de um carro familiar, que resolve muito bem o uso cotidiano, mas também um veículo apto para aventuras de final de semana, coisa que seus futuros adversários não darão conta. 

Raio-x Jeep Compass Longitude 2.0 4x4

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade de Goiana (PE).

Quanto custa?
Básico: R$ 188.990
Testado: R$ 201.990

Com quem concorre?
O Compass é o único SUV médio que combina motor turbodiesel e tração 4x4. Ele concorre basicamente com seu irmão Renegade diesel e com utilitários 4x4 turbodiesel montados sobre chassi como Chevrolet Trailblazer, Mitsubishi Pajero Sport e Toyota SW4.

No dia a dia
O Compass é um carro polivalente, que cumpre bem a função de carro familiar para uso cotidiano, e um aventureiro para toda hora, nos finais de semana, nas versões 4x4.

Com seus 4,41 metros, ele é um carro que oferece muito espaço e conforto. Seu acabamento é impecável, o que torna a “estadia” bastante agradável. A versão Longitude diesel, tem pacote menos refinado que as versões Trailhawk, Limited e Series S, mas não fica devendo em quase nada.

Tem direção elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, multimídia (Com Apple CarPlay, Android Auto, USB, Bluetooth e câmera de ré), trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), freio de estacionamento e porta-malas eletrônicos e sensores de manobra.

Oferece até mesmo sistema park assist. Mas seria mais interessante se tivesse assistentes de condução como ACC, monitor de faixa ou alerta de colisão, que são oferecidos como opcionais nas versões mais sofisticadas.

Motor e transmissão
O motor turbodiesel 2.0 de 170 cv e 35,7 mkgf de torque garante força de sobra. A unidade é combinada à transmissão de nove marchas e tração 4X4, com opção de reduzida (que na verdade é a primeira marcha), seletor de tipo de piso e bloqueio de diferencial. Tudo isso dá fôlego para esse jipe encarar qualquer tipo de terreno.

Como bebe?
O consumo combinado entre urbano 9,2 km/l entre trajetos urbano, rodoviário e off-road.

Suspensão e freios
O Compass foi projetado para uso fora de estrada. Tem suspensão independente nos dois eixos, mas sem ser tão firme como na versão Trailhawk. Ou seja, dá conta de passar por qualquer irregularidade com facilidade, mas no uso cotidiano não penaliza o conforto e nem a estabilidade. 

Para facilitar as frenagens, o SUV tem freios a disco nas quatro rodas, além de controle de partida em rampa (Hill Holder), freio de estacionamento eletrônico, HDC ( Controle eletrônico de velocidade em descidas), controles de estabilidade (ESC).

Palavra Final
O Compass Longitude 4x4 é a única opção (ainda), do SUV com motor turbodiesel que não virou a casa dos R$ 200 mil. 

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