Teste: Nissan Kicks e os atributos que o colocaram no topo do ranking de vendas

Marcelo Jabulas
@mjabulas
01/02/2020 às 00:25.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:30
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Foi no Salão do Automóvel de 2014 que a Nissan revelou o Kicks, ainda como conceito. Ele seria a ofensiva no segmento de utilitários compactos, que se desenhava para disputar terreno com o então todo-poderoso Ford EcoSport. Depois daquela apresentação, foram quase dois anos até o lançamento em meados de 2016, como carro-madrinha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mesmo sendo importado do México. 

 Naquela época ele era oferecido apenas em uma versão, a SL, que seria topo de linha, ao preço de R$ 90 mil. Meses depois, o Kicks ganhou nacionalidade brasileira, o que permitiu que a Nissan ampliasse o leque de versões, com opções mais simples e a opção de câmbio manual.

A estratégia deu certo. O Kicks caiu no gosto do brasileiro por ter preço competitivo, design atraente e por ser bastante confortável. No ano passado, foi o quarto utilitário mais emplacado do segmento, com 56 mil unidades licenciadas. Ele ficou atrás apenas do Renegade, Compass e Creta, superando o bem-afamado HR-V.

Depois de tanto tempo voltamos a testar o Kicks SL, numa espécie de déjà vu. O carro não mudou praticamente em nada, a não o preço, que saltou para R$ 106.390 iniciais. Foram R$ 16 mil em menos de quatro anos, o que corresponde a quase 20% de aumento. Encarecimento que segue o movimento mercado. Hoje não há HR-V por menos de R$ 100 mil e um Renegade pode beirar os R$ 150 mil.

Atributos
Mas a versão recebeu itens que tentam justificar o cheque mais salgado. Ele passou a contar com multimídia com conexão para Android Auto e Apple CarPlay, além de alerta de colisão e auxiliar de frenagem de emergência.

Fora isso, o Kicks conta com refinamentos como câmera 360°, apliques em couro nos painéis, ar-condicionado digital, quadro de instrumentos parcialmente digital, partida sem chave e demais elementos que valorizam a vida a bordo e afagam o dono.

Raio-x Nissan Kicks SL 1.6

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Resende (RJ).

Quanto custa?
R$ 106.390 

Com quem concorre?
O Kicks SL concorre no degrau mais alto dos SUVs compactos. Assim, o modelo concorre com Chevrolet Tracker LTZ 1.4, Citroën C4 Cactus Shine 1.6, Honda HR-V EXL 1.8, Hyundai Creta Prestige 2.0, Jeep Renegade Limited 1.8, Ford EcoSport Storm 2.0, Renault Captur Intense 2.0, Peugeot 2008 Griffe 1.6 e Volkswagen T-Cross Highline 1.4.

No dia a dia
O Kicks é um automóvel muito equilibrado para o uso urbano, é silencioso e tem rodar macio, o que proporciona muito conforto a bordo. A qualidade do acabamento agrada, principalmente pelos apliques em couro no painel e também nas portas. 

Fácil de estacionar, seus 4,29 metros se equivalem a um sedã compacto e encontrar vagas não é tão difícil. Além disso, o modelo conta com um conjunto de câmeras (foto abaixo) que formam visão 360° e também se alternam durante as manobras de ré e também para frente.

Motor e transmissão
A unidade 1.6 16v de 114 cv e 15,5 mkgf oferece comportamento satisfatório, apesar de ser o motor mais fraco da categoria. O motor vem combinado com transmissão automática do tipo CVT, que garante um funcionamento suave no trânsito urbano. 

Como bebe?
Seu consumo com álcool foi de 7,4 km/l na cidade.

Suspensão e freios
Um dos pontos fortes do Kicks é o acerto de suspensão. O jipinho tem um conjunto que consegue absorver muito bem as irregularidades do asfalto e não soca nos quebra-molas. 

Ao mesmo tempo, o acerto oferece firmeza nas curvas. O conjunto de freios utiliza discos ventilados à frente e tambor atrás, mas poderia vir com disco nas quatro rodas para facilitar a frenagem. Ele ainda conta com controles de estabilidade (ESP) e tração, além de assistente de partida em rampa.

Palavra final
​O Nissan Kicks segue como uma opção bastante agradável para quem busca um SUV compacto. Não é à toa que ele foi o terceiro modelo mais vendido de seu segmento em 2019. No entanto, ele completar quatro anos de mercado e praticamente não passou por nenhuma mudança significativa. São previstos novos motores para os próximos anos, como uma unidade turbo, que já é realidade em boa parte dos rivais.

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