(Marcelo Jabulas)
Vender sedãs deixou de ser um negócio atrativo para todas as montadoras. Afinal, a bola da vez é o SUV. Um exemplo é o Nissan Versa. Esse três volumes mexicano compartilha base, conteúdos e conjunto mecânico com o Kicks, mas o jipinho é bem mais caro.
Para o amigo ter uma ideia, o SUV fabricado na planta de Resende (RJ) tem preço sugerido inicial de R$ 99.790. Já o Versa, em sua opção de entrada parte de R$ 89.490. Uma diferença de R$ 10 mil apenas no formato da carroceria, pois as duas versões de entrada conta com os mesmos equipamentos, motor e transmissão manual. Ou seja, o amigo paga mais pelo status do SUV.
Uma das razões é a demanda. A Nissan explora bem os preços do Kicks, pois tem grande apelo de mercado. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), de janeiro a novembro, o SUV emplacou 33.947 unidades. Já o Versa, registrou apenas 9.843 licenciamentos, mesmo sendo mais barato.
O Versa
A atual geração do Versa chegou ao mercado no final de 2020. O sedã ganhou um desenho bacana, bem mais agradável que a geração passada. O modelo manteve o bom espaço interno, assim como bagageiro generoso, que faz dele uma boa opção familiar.
Testamos o Versa Advance 1.6, com transmissão CVT. Trata-se da versão intermediária do sedã, que tem preço sugerido de R$ 103.490. Essa versão surge como uma opção interessante para o consumidor que anda batalhando grana, mas não consegue acompanhar a escalada de preço dos automóveis.
Curiosamente, é o mesmo preço que tinha a versão topo de linha, Exclusive 1.6 CVT, quando a testamos em maio deste ano. E nessa toada, em seis meses será a versão de entrada, aquela com caixa manual, que custará R$ 103 mil.
Mas inflação à parte, fato é que o Versa Advance oferece bom nível de conforto e conteúdos. A versão abre mão de assistentes de segurança e eletrônica mais sofisticada, que figura na Exclusive, assim como o acabamento mais simples. Mas são itens que elevam o preço para mais de R$ 115 mil.
Raio-x Nissan Versa Advance 1.6
O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado no México.
Quanto custa?
R$ 103.490
Com quem concorre?
O Versa concorre no segmento de sedãs compactos em que figuram modelos como Chevrolet Onix Plus, Chery Arrizo 5, Fiat Cronos, Honda City, Hyundai HB20S, Toyota Yaris Sedan e Volkswagen Virtus.
No dia a dia
O Versa é um automóvel muito equilibrado para o uso urbano, é silencioso e tem rodar macio, o que proporciona muito conforto a bordo. A qualidade do acabamento agrada. A versão não é tão refinada quanto a exclusive, mas não decepciona.
O espaço interno é um fator de destaque no sedã. Os 2,62 m de entre-eixos são garantia de bom espaço para quatro adultos. Um quinto passageiro compromete o conforto da patota de trás. Já o porta-malas comporta 482 litros.
O pacote de conteúdos oferece o básico que se espera de um sedã, como ar-condicionado, multimídia (com Apple CarPlay, Android Auto e câmera de ré), partida sem chave, vidros e retrovisores elétricos, assim como rodas de liga leve e faróis de neblina. Ele não dispõe dos assistentes da versão Exclusive, como sensor de ponto cego ou alerta de colisão.
Motor e transmissão
A unidade 1.6 16v de 114 cv e 15,5 mkgf tem comportamento satisfatório. O motor vem combinado com transmissão automática do tipo CVT, que garante um funcionamento suave no trânsito urbano.
Como bebe?
Seu consumo com álcool foi de 6,8 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada.
Suspensão e freios
O Versa tem acerto de suspensão mais firme que o Kicks. Apesar de os dois terem muitas semelhanças, o sedã, por ser mais baixo, tende a “reclamar” quando se passa numa lombada mais rápido. O curso mais curto cobra a conta nos batentes. Ao mesmo tempo, oferece firmeza nas curvas.
O conjunto de freios utiliza discos ventilados à frente e tambor atrás, mas poderia vir com disco nas quatro rodas para facilitar a frenagem. Ainda tem controles de estabilidade (ESP) e tração, além de assistente de partida em rampa.
Palavra final
O Versa Advance é uma opção para o consumidor que busca um carro com porta-malas grande e não pode gastar muito com tecnologia. Desde sua chegada há um ano, o sedã encareceu bastante.
Hoje a versão custa o mesmo que a Exclusive valia há cinco meses. Mas ainda sim é um carro honesto, oferece desempenho semelhante aos de seus rivais, mas agrada pela qualidade do acabamento e construção.
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