Teste: Passat Highline não fica atrás dos conterrâneos premium

Marcelo Ramos
05/04/2019 às 19:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:07
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Lembro-me com muita clareza do cheiro do Passat L 1.6, ano 1979, que meu pai teve durante boa parte da minha infância. Era um carro simples, despojado de sofisticação, sem o mesmo garbo do GTS ou do Pointer. Era uma época em que a gente podia ir sacolejando no porta-malas e cinto de segurança era menos importante que o acendedor de cigarros.

De lá para cá muita coisa mudou na minha vida e na do Passat. E como ninguém quer saber de minhas desventuras, vamos nos ater ao alemão. O Passat foi fabricado até 1988, quando deu lugar ao Santana. Retornou nos anos 1990, importado. E de lá para cá vem fazendo uma figuração na gama da VW brasileira. Mas sejamos honestos, o carro tem se qualificado a cada geração, a ponto de se mostrar tão ou mais interessante que conterrâneos como BMW Série 3, Audi A4 e Mercedes-Classe C, mas sem o lastro dos emblemas na etiqueta do preço.

A atual geração chegou em 2015, de forma tímida por aqui. E não era para menos, a VW estava produzindo o Jetta em São José dos Pinhais e não queria criar concorrência interna. Até hoje o Passat tem uma exposição low profile, tanto que no ano passado foram vendidas apenas 1.447 unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Menos da metade do que a BMW emplacou com o Série 3, que é bem mais caro.

Testamos a única opção disponível, a Highline 2.0, que tem preço sugerido de R$ 164.620. Trata-se de um automóvel que oferece um pacote de equipamentos que impressiona e num nível de acabamento que não fica devendo a premiuns germânicos. Além disso, entrega o mesmo desempenho do Golf GTI, mas com a vantagem de ter suspensão mais macia (o que não significa que não seja firme) e com um imenso porta-malas, que poderia ser ainda maior se não fosse o estepe aro 18.

Esse Passat não tem nada em comum com aquele do meu velho, a não ser por ter me feito ser criança novamente, por algumas curvas.

Raio-x Volkswagen Passat Highline 2.0

O que é?
Sedã grande de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade de Emden (Alemanha).

Quanto custa?
Básico: R$ 164.620
Testado: R$ 171.740

Com quem concorre?
O Passat concorre no Brasil com Audi A4 Ambiente 2.0 (R$ 189 mil), BMW 330i 2.0 (R$ 219.950), Ford Fusion Titaninum 2.0 (R$ 179.900), Honda Accord Touring 2.0 (R$ 198.500), Mercedes-Benz C 180 Advantage 1.6 (R$ 187.900) e Toyota Camry XLE 3.5 (R$ 206.200). 

No dia a dia
O Passat é um sedã admirável. Oferece acabamento de sedãs premiuns alemães e desempenho de um esportivo, mas sem custar o que os conterrâneos cobram. Tem um pacote de conteúdos e conjunto mecânico idêntico ao do Golf GTI, o que faz dele uma automóvel irrepreensível. 

Equipado com seletor de comportamento dinâmico, permite ajustar o regime do motor, tempo de trocas e carga da direção, tanto para foco em performance, quanto no conforto. 

Ele também conta com assistentes como Controle de Cruzeiro Ativo (ACC), que monitora o tráfego à frente e aciona os freios em caso de emergência. Ficou faltando o também o Park Assist, aquele sistema que executa manobras tanto em vagas paralelas como em 90°. Para um sedã de quase 4,80 metros e R$ 172 mil, era mais que obrigatório. 

No entanto, a lista de conteúdos ainda inclui quadro de instrumentos digital, que permite configurar o lay-out do monitor diante do volante. E ainda oferece sensores frontais, laterais e traseiros, câmera de ré, módulo multimídia com conexão para smartphone nos padrões Mirror Link, Apple Car Play e Android Auto, ajuste elétrico dos bancos dianteiros, ar-condicionado de três zonas, partida sem chave, abertura elétrica do porta-malas. O único opcional é o teto solar, que encarece mais R$ 5.300 a conta.

Motor e transmissão
O motor TSI 2.0 turbo é um dos mais populares no Grupo VW e equipa modelos Volks, Audi, Seat e Skoda. Para o GTI, foi calibrado para entregar 230 cv e 35,7 mkfg de torque, estes disponíveis a partir de 1.500 rpm. Ou seja, as respostas são proporcionais à força aplicada no pedal direito.

Como bebe?
Com uso exclusivo de gasolina, registrou médias de 10,5 km/l no misto entre trajeto rodoviário e urbano, no modo econômico.

Suspensão e freios
Com conjunto independente nas quatro rodas e um ajuste firme das molas e amortecedores, o Passat é um carro que não deixa os 1.529 quilos chacoalharem em cada curva. No entanto, o acerto é mais suave do que o do primo esportivo. Os freios utilizam disco nas quatro rodas. 

Pontos positivos
Conteúdo
Acabamento e montagem
Desempenho
Consumo

Ponto negativo
Faltou Park Assist

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