Teste Sandero GT line: Quando a embalagem é o que importa

Marcelo Ramos
08/03/2019 às 16:52.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:53
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O termo “esportivado” não existe no vocabulário formal da língua portuguesa. Mas tornou-se maneira de definir automóveis com apelo visual esportivo, mas sem nenhum tipo de melhoria mecânica. Por aqui, a moda é antiga, e começou lá nos anos 1980 com modelos como Gol GT e Escort XR3 (que apesar do desempenho bem acima de alguns pares convencionais, estavam longe de ser atletas).

Atualmente, a safra dos “esportivados” anda ruim das pernas e há poucos representantes, como HB20 R-Spec, Fox Xtreme e Argo HGT. E nesse haras de modesta cavalaria está o Renault Sandero GT Line, que está em sua segunda geração. O que o difere das demais opções da linha do hatch franco-romeno é o visual, que conta com para-choques exclusivos, aerofólio e saias laterais. 

Por dentro, as extravagâncias se concentram apenas nos volante e pomo do câmbio forrados em couro e com costuras à mostra, além de um detalhe com o nome da versão no volante. De resto é o bom e velho Sandero de sempre. 

Partindo de R$ 49.290, a versão testada do GT Line é equipada com motor 1.0 12v (três cilindros) de 82 cv e 10,5 mkgf de torque. Mas ele também pode ser adquirido com motor 1.6 16v de 118 cv. Mas nem assim ele se torna um garanhão.

Fato é que essa versão existe porque há uma demanda por automóveis com visual diferenciado. É destinado ao consumidor que busca esse apelo visual, mas que necessariamente não pode, ou não quer, pagar a mais por um conjunto mecânico mais potente ou um kit de suspensão e freios de alta performance. 
Para esse público, a Renault vende Sandero R.S (que pessoalmente considero como um dos carros mais legais que você pode ter desde que a Fiat encerrou as vendas do bestial 500 Abarth). Mas o problema é que essa versão realmente empolgante não sai por menos de R$ 67.790.

Raio-x Renault Sandero GT Line 1.0

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de São José dos Pinhais (PR).

Quanto custa?
R$ 49.290

Com quem concorre?
O Sandero GT Line 1.0 concorre no segmento compactos com adereço esportivo. A única opção de apelo esportivo com motor 1.0 é o Up Pepper TSI 1.0 (R$ 62.830).

No dia a dia
O Sandero GT Line não difere em nada das demais versões do hatch franco-romeno. Um de seus pontos altos é o farto espaço interno, que leva cinco ocupantes sem sacrifícios. Seu porta-malas de 320 litros também é um dos mais interessantes entre os compactos.

No uso cotidiano, a versão se mostra bastante satisfatório. De série, a versão oferece direção elétrica, multimídia MediaNav (com navegador GPS, Bluetooth e USB), retrovisores e vidros dianteiros elétricos. A versão testada ainda contava com câmera de ré.

Motor e Transmissão
O motor 1.0 12v de 92 cv e 10,5 mkgf combinado com a nova caixa manual de marchas deu ao hatch mais vigor ao Sandero. O senão fica por conta da excessiva vibração do motor. Mas que até combina com a “pegada esportiva” do GT-Line. Lá dentro parece que ele está pulsando forte, mesmo que rodando devagarinho.

Mas o trunfo do motorzinho está na oferta de torque. Grande parte está disponível abaixo dos 3 mil rpm, o que não exige que o motorista tenha que esgoelar o conta-giros todo o tempo. A transmissão também foi revista. Apesar de a relação de marchas ser a mesma, a alavanca está mais firme, com uso de buchas mais espessas.

Como bebe?
A média de consumo no combinado entre trajeto urbano e rodoviário, com álcool, foi de 8,8 km/l. 

Suspensão e freios
Ambos seguem o padrão de qualquer hatch pequeno com suspensão McPherson na frente e eixo rígido atrás. Freios a disco à frente e tambores atrás. A queixa fica pela ausência de controle de estabilidade (ESP).

Pontos positivos
- Transmissão
- Consumo
- Espaço

Pontos negativos
- Falta controle de estabilidade (ESP)
- Vibração excessiva do motor

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