Teste: Sandero R.S. é o esportivo de acesso à ‘categoria’ por R$ 65.300

Marcelo Ramos
10/05/2019 às 18:29.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:36
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O Renault Sandero é um carrinho bem resolvido. Tão bem acertado que se tornou o principal produto da marca francesa no Brasil. E como vende bem, é mais que natural que ele receba versões com propostas que vão além do trivial. 

A versão R.S. é um carro que chama atenção. Ao contrário dos muitos compactos “esportivados”, que recebem um monte de enfeites mas sem nenhum aprimoramento de motor, caixa e suspensão, o R.S. é um esportivo nato. E o melhor, bem mais acessível que qualquer outro carro esporte do mercado.

Testamos pela segunda vez a edição Racing Spirit, que é uma edição limitada do R.S. que tem como grande diferencial o jogo de pneus Michelin Pilot Sport 4, que envolvem o jogo de rodas Grand Prix, aro 17. As rodas ajudam a valorizar o visual, mas são os pneus que fazem dessa edição numerada um carro ainda mais interessante que a versão original, pois oferecem excelente aderência.

O problema é que a versão já saiu de catálogo. Mas não chega a ser um grande problema, pois o R.S. “básico” já é um automóvel que oferece performance invejável até mesmo para modelos bem mais caros. E se a questão for os compostos, basta trocá-los.

Tuning de fábrica
O R.S. é uma opção oferecida por R$ 65.300 iniciais, que vai muito além dos R$ 47 mil do Sandero 1.0. O consumidor pode até achar um exagero, mas esse carro vale cada centavo. A começar por ser a única versão equipada com motor 2.0 de 150 cv e caixa de seis marchas. Mas o grande destaque está no conjunto de suspensão, desenvolvido pela Renault Sport, a divisão de alto desempenho da marca francesa. 

Todos esses elementos combinados fazem desse hatch um carrinho bastante arisco, capaz de encarar curvas em alta velocidade com uma grande firmeza e sem ameaçar escapar. 

O escapamento de ponteiras duplas entrega um ronco grave e abafado, que não faz apenas figuração. Basta pressionar o acelerador com pedaleira em alumínio que o carrinho responde rápido.

Apesar de bastante divertido, é um carro para quem sabe o que está procurando. A suspensão dura e a baixa altura livre exigem atenção com quebra-molas e rampas, assim como os caríssimos pneus Pilot Sport 4 não devem ser levados à prova em buracos.

Além disso, as propriedade atléticas penalizam o conforto. Mas se o amigo realmente busca um carro com desempenho e não apenas maquiagem, esse é o carro! 

Raio-x Renault Sandero R.S. 2.0

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de São José dos Pinhais (PR).

Quanto custa?
RS 65.500

Com quem concorre?
O Sandero R.S. tem apenas um concorrente, o Peugeot 208 GT que parte de R$ 87.290, mas tem motor turbo 1.6 de 173 cv. Os demais são apenas “esportivados”.

No dia a dia
O Sandero R.S. é o mais próximo que você pode ter em esportividade sem gastar uma verdadeira fortuna. No entanto, o carrinho cobra seu preço no consumo e também no conforto, com um acerto de suspensão bem firme. 

Entre os conteúdos, ele oferece praticamente os mesmos equipamentos das versões Dynamique e Stepway, como multimídia, ar-condicionado eletrônico, direção eletro-hidráulica, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos. Mas tem o acréscimo do controle de estabilidade (ESP) e rodas aro 17, além de pneus esportivos Michelin Pilot Sport PS4.

Motor e transmissão
O motor 2.0 16v de 150 cv e 20,1 mkgf é conhecido do público e equipa o trio Duster, Oroch e Captur. A transmissão manual de seis marchas também veio do Duster 4x4, com a primeira e a segunda bem curtas. Tudo isso faz dele um carro muito esperto e o modo esportivo potencializa a performance com um ajuste de injeção com mistura mais rica. No entanto, a sexta marcha poderia ser mais longa, para oferecer uma real função de overdrive e contribuir para melhor consumo.

Como bebe?
Apesar de ser um carro esportivo, quando se conduz de forma “sensata”, ele se mostra econômico. Em nosso teste, a unidade estava abastecida com álcool e registrou média de 7,1 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A cereja do bolo do R.S. é a suspensão que foi rebaixada e ganhou novas barras estabilizadoras e amortecedores mais firmes, que fazem dele um automóvel incrivelmente fácil de domar e extremamente estável. Dura e com curso baixo, a configuração não é sinônimo de conforto. <EM>

Já os freios utilizam discos nas quatro rodas e ainda contam com suporte do controle de estabilidade (ESP), que pode ser desabilitado no modo esportivo, mas não convém abusar da autoconfiança.

Pontos positivos
Consumo
Desempenho
Suspensão
Jogo de pneus Michelin Pilot Sport

Pontos negativos
Acabamento simples
A sexta marcha poderia ser mais longa

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