Teste: Tracker Midnight é um barato, mas não no sentido literal

Marcelo Ramos
04/01/2019 às 20:19.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:53
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O Tracker é, sem dúvida, um dos utilitários-esportivos (SUV) compactos mais legais do mercado. Depois que o jipinho foi repaginado em 2017, com direito ao mesmo motor turbo da atual geração do Cruze, ele alçou um patamar de referência no segmento. Testamos a versão Midgnight, que segue o mesmo conceito já aplicado à picape S10 e também ao Cruze Sport6, que une um pacote de conteúdo farto, mas sem excessos de mimos e com decoração monocromática.

O grande problema do Tracker é o preço. Por ser importado do México e ter uma linha enxuta de versões, a GM não consegue oferecer o modelo com valores mais competitivos, como nos jipinhos nacionais, que ofertam pacotes bem fartos abaixo dos R$ 90 mil.

Mercado
Mesmo salgado, o Tracker caiu no gosto do consumidor, com uma média de emplacamentos na casa das 2.100 unidades mensais. Para se ter uma ideia, de janeiro a novembro de 2018 foram emplacadas exatas 24 mil unidades, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Números que o colocam como o sétimo modelo mais vendido do segmento de SUVs. Ele terminou o ano à frente de modelos nacionais, como a dupla Duster e Captur, da Renault, assim como o veterano Hyundai ix35 e o malfadado Peugeot 2008. 

Por ironia do destino, o jipinho do Leão é o único concorrente do Tracker que oferece opção de motor turbo em seu portfólio, com exceção do Renegade turbodiesel. 

A versão Midnight é vendida por R$ 105.690, o que pode afastar o consumidor. Por outro lado, o Tracker Midnight oferece um pacote de conteúdos que conta com todos os itens disponíveis da versão topo de linha Premier, mas com o diferencial do acabamento exclusivo.

Apesar de se diferenciar apenas pela tonalidade da pintura, a versão, vendida em pacote único, é mais barata que a Premier, com todos os opcionais disponíveis e opção de pinturas especiais, que elevam o preço para próximo dos R$ 109 mil.

Raio-x Chevrolet Tracker Midnight 1.4

O QUE É?
SUV compacto, quatro portas e cinco lugares.

ONDE É FEITO?
Fabricado na unidade da General Motors, no México.

QUANTO CUSTA?
R$ 105.690

COM QUEM CONCORRE?
O Tracker Midnight concorre com as versões dos SUVs compactos que romperam a faixa dos R$ 100 mil. Ford EcoSport Storm 4x4 2.0 (R$ 105.290), Honda HR-V EXL 1.8 (R$ 108.500), Hyundai Creta Prestige 2.0 (R$ 103.990), Jeep Renegade Limited 1.8 (R$ 103.490) e Mitsubishi ASX 2.0 (R$ 104.990). 

NO DIA A DIA
O Tracker é um jipinho urbano por função. Apesar de encarar pequenos obstáculos sem raspar a parte inferior do para-choque, é baixinho e conta apenas com tração dianteira. Bem construído e com acabamento refinado, com direito a couro no painel, o SUV mexicano oferece bom espaço interno para cinco ocupantes com seus 2,55 metros de distância entre-eixos. 

O porta-malas, por sua vez, leva só 305 litros. Ele perdeu muito espaço para a acomodação do pneu estepe. A versão Midnight tem como diferencial incluir os conteúdos da versão Premier, mas num pacote fechado, que fica cerca de R$ 3 mil mais barato. 

Assim, o utilitário oferece cesta caprichada com direito a multimídia com conexão Apple CarPlay e Android Auto, câmera de ré, bancos revestidos em couro com ajuste elétrico para o motorista, teto solar elétrico, luz diurna (DRL) em LED, airbags laterais e cortina, rodas aro 18, dentre outros mimos.

Por outro lado, deixa a desejar em conteúdos como ar-condicionado digital com ajuste específico por zonas, acendimento automático dos faróis, sensores de chuva e um teto solar mais generoso. Itens que se apresentam em versões de rivais que disputam na mesma faixa de preço. Outro senão é a ausência do alerta de colisão e também do monitoramento ativo de faixa, presentes em modelos como Cruze e Equinox.

MOTOR E TRANSMISSÃO
A inclusão do motor 1.4 turbo de 153 cv e 24,9 mkgf oferece força em qualquer regime e o casamento com transmissão de seis marchas sempre busca a forma mais eficiente de condução. Quando solicitado, o motor enche rápido e acelera com força. 

COMO BEBE?
Abastecida com álcool, a unidade testada registrou média de 10,2 km/l no combinado entre trajeto urbano. Vale salientar o uso de vias expressas e também o fato de termos feito o teste num período de feriado, com tráfego bem abaixo do convencional.

SUSPENSÃO E FREIOS
O Tracker utiliza conjunto de suspensão de eixo rígido na traseira e McPherson na dianteira. O conjunto tem acerto voltado para o conforto, absorvendo bem as irregularidades do piso. A altura livre do solo permite passeios em estradas de terra, nas não é apto a terrenos acidentados.

Os freios contam com discos no eixo dianteiro e tambor no traseiro. Ele ainda conta com assistente de partida em rampa “Hill Holder” e controle de estabilidade (ESP). 

PONTOS POSITIVOS
Acabamento
Desempenho
Consumo

PONTOS NEGATIVOS
Preço
Faltam itens de série mais sofisticados

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