Tomate: o 'mocinho' da cesta básica em Belo Horizonte

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
07/02/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:44

Depois de fechar 2015 com aumento de preço de 45,5%, o tomate começou 2017 como o mocinho da cesta básica em BH. Nos últimos 12 meses, o valor pago caiu 62,5%, puxando para baixo o valor do conjunto dos 13 alimentos essenciais na cozinha dos belo-horizontinos.

No mesmo período, a capital registrou a maior retração acumulada na cesta entre as 27 capitais brasileiras, de -6,71%, fechando o mês de janeiro em R$ 389,69. No confronto com dezembro de 2016, houve recuo de 1,26%.

A batata também contribuiu para reduzir o valor da cesta, conforme dados da regional de Minas Gerais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados ontem. Em um ano, o preço do quilo do tubérculo caiu 49,02%, encerrando janeiro a R$ 11,48, em média. 

O feijão, que também foi considerado vilão da inflação no passado, foi outro produto que ajudou a reduzir o preço da cesta básica. O gasto com o grão caiu 3,2% em 12 meses. Todos os outros itens apresentaram altas nos preços.

Na variação em 12 meses, os produtos com maior elevação no preço médio foram a manteiga (63,49%), a banana (24,24%) e o café (24,18%).

Caiu de novo

Esta foi a quinta queda consecutiva do preço da cesta básica na cidade, conforme o técnico do Dieese em Minas Gerais, Lúcio Monteiro. “Esses três produtos foram os que mais caíram em 12 meses. E caíram em intensidade suficiente para influenciar o preço médio da cesta. Foram safras sem problemas, como o excesso de chuva”, observa Monteiro. 

O superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, destaca que os três vegetais têm várias safras ao ano.

“Quando há uma frustração em uma safra, como em 2015, os produtores aumentam a área de plantio esperando que o faturamento para o ano seguinte seja melhor”, explica o especialista. 

Insuficiente

Apesar da queda no preço da cesta, o salário mínimo não é suficiente para arcar com a alimentação das famílias. Em 2017, o salário foi para R$ 937.

Com os descontos do INSS, ele cai para R$ 862,04. Para comprar a alimentação mínima, o trabalhador gasta 45,21% do salário. Isso significa que ele trabalhara 91 horas e 30 minutos para adquirir o básico da alimentação.

Se levarmos em conta uma família de quatro pessoas, o trabalhador de BH gastaria R$ 1.169,07 apenas com alimentação mínima. Ou seja, o salário de R$ 937 não é suficiente.

Com base no custo da cesta das capitais pesquisadas e considerando outras despesas da família, o salário necessário para atender um grupo de quatro pessoas é de R$ 3.811,27, segundo o Dieese. Editoria de Arte / N/A

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