Três ônibus são queimados em protesto no Chile

AFP
08/08/2012 às 18:04.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:18
 (Claudio Santana/AFP)

(Claudio Santana/AFP)

  SANTIAGO - A capital do Chile viveu nesta quarta-feira (8) um violento protesto estudantil e três ônibus públicos foram incendiados em meio aos confrontos entre a polícia e os manifestantes que exigiam mudanças no sistema de ensino. Os veículos queimaram no transcurso de uma hora nos arredores do Parque Bustamante, no centro de Santiago, sem registro de vítimas.   De acordo com o Ministério dos Transportes, manifestantes encapuzados interromperam a passagem dos ônibus e obrigaram os motoristas e passageiros a deixar o veículo para, em seguida, incendiá-los. A televisão local mostrou imagens dos três veículos ardendo em chamas ao longo do Parque Bustamante, vizinho à Praça Itália, onde mais cedo mais de mil estudantes se reuniram para tentar marchar até a Praça Alameda.   Um forte contingente policial dispersou a manifestação não autorizada. Segundo os manifestantes, as reivindicações por uma profunda reforma educacional não são atendidas pelo governo.   Depois de três advertências para dispersar pacificamente a manifestação, agentes das forças especiais da polícia começaram a atirar bombas de gás lacrimogêneo e a usar jatos de água contra os estudantes.   Os estudantes jogaram pedras e paus contra a polícia, que desde cedo patrulhava em grande número o local para evitar o protesto, o quinto do ano convocado por associações de estudantes do ensino médio e universitários.   A Intendência de Santiago (governo) negou aos estudantes a permissão para marchar pela Alameda e sugeriu outros dois percursos para que realizassem sua manifestação, que não foram aceitos. No Chile é preciso pedir permissão para fazer passeatas pelas vias públicas.   Os estudantes, que no ano passado protagonizaram mais de 40 marchas por Santiago exigindo uma educação pública gratuita e de qualidade, consideram que o governo do direitista Sebastián Piñera não acolheu nenhuma de suas demandas.   "Neste minuto não vimos nenhuma resposta das autoridades", comentou à imprensa o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Noam Titelman.   Produto das reformas impostas pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que diminuiu para menos da metade os gastos públicos com a educação, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais caros e desiguais do planeta.   Piñera propôs uma série de medidas para reduzir o custo dos créditos destinados a pagar as altas taxas universitárias, mas não conseguiu mudar os pilares do sistema educacional chileno.

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