Troca no 1º escalão de Minas pode criar ‘encruzilhada’ em 2022

Lucas Simões
20/08/2019 às 20:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:05
 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

(Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

 A saída do secretário de Governo Custódio Mattos (PSDB), que teria como objetivo melhorar a relação do Executivo mineiro com outros partidos no Legislativo, resolve um impasse, mas pode criar outro para o governador Romeu Zema (Novo) no futuro. Mattos será substituído pelo deputado federal Bilac Pinto (DEM), próximo ao senador Rodrigo Pacheco (DEM), que tem pretensões de disputar o governo de Minas daqui a dois anos.

Por causa desse cenário, alguns deputados analisam a troca como “arriscada”, uma vez que o principal articulador do Executivo, sendo um aliado de Pacheco, poderá ficar em uma encruzilhada, caso o senador decida mesmo disputar o Palácio da Liberdade e enfrentar o atual governador nas urnas. 

“Hoje, o cenário é esse. Pode mudar, claro, mas precisamos saber como isso vai ser conduzido e que tipo de alianças devem ser construídas”, analisa uma liderança do DEM que pediu anonimato.

Apesar da apreensão, o senador Rodrigo Pacheco, presidente do DEM em Minas, nega que a indicação de Bilac Pinto possa influenciar futuros projetos eleitorais. “Acredito que a indicação não tenha qualquer reflexo eleitoral. Antes do convite ao Bilac, eu já havia dito ao governador que ele poderia contar comigo como senador. Foi uma escolha pessoal do governador. Não foi necessariamente pelo partido, pelo Democratas”, rebate Pacheco. Bilac Pinto não foi localizado para comentar o assunto.

Novo

Nos bastidores, a saída de Custódio Mattos é tida como uma vitória da base do Partido Novo e de outros parlamentares que acusaram o ex-secretário de privilegiar deputados tucanos no diálogo com o governador.

O deputado Guilherme da Cunha (Novo) disse que o tema “é página virada, (Custódio) já saiu, vamos focar em quem vai entrar”. Também do Novo, o deputado Bartô afirmou “ver com bons olhos” a saída de Mattos e disse ter sido contrário à indicação do ex-prefeito de Juiz de Fora ao cargo de secretário. Porém, negou existir pressão do Novo para a exoneração de Custódio, por causa de conflitos com deputados do PSDB. “Minha posição contrária a Custódio no governo vem do momento que ele foi anunciado, em resposta a um clamor popular da região da Zona da Mata”, disse Bartô.

A deputada Laura Serrano, que completa a bancada do Novo na Assembleia, foi procurada, mas não respondeu à reportagem.

Por meio de nota, o governo de Minas informou que a exoneração de Custódio Mattos aconteceu a pedido do ex-secretário e agradeceu “os trabalhos prestados” por ele. O tucano não foi encontrado para comentar o caso.

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