Tucanos minimizam manutenção de pena de Eduardo Azeredo

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
23/08/2017 às 22:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:14
 ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), de manter em segunda instância a condenação do ex-governador Eduardo Azeredo, parece não preocupar os demais membros do PSDB.

O acórdão reduziu levemente a pena de Azeredo para 20 anos e um mês, nove meses a menos do que a estabelecida em primeira instância, em 2015. Entretanto, os magistrados optaram em manter o direito do ex-senador de responder ao processo em liberdade, até que todos os recursos sejam exauridos.

Apesar da nova derrota do ex-presidente nacional do partido, o PSDB parece entender que a situação de Azeredo não deve causar algum tipo de impacto ao partido.
Quem afirma é o deputado federal Paulo Abi-Ackel, um dos principais nomes da legenda no Estado. “Isso (processo contra Azeredo) já foi absorvido pelo partido, desde quando o Eduardo renunciou ao mandato de deputado. Essa situação não causa nenhum mal-estar ao partido”, afirma.

Entretanto, o parlamentar faz questão de mostrar otimismo na absolvição do ex-governador, que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça contra a decisão.
“Sabemos que todo mundo é inocente até o trânsito em julgado da ação. Vamos respeitar a decisão judicial e também o momento vivido pelo Eduardo. Não é o momento de fazer conjecturas ou projeções. Esperamos, sinceramente, que o Eduardo ainda possa provar sua inocência em última instância”.
Quem corrobora a opinião de Abi-Ackel é o deputado estadual Bonifácio Mourão.

O parlamentar entende que, enquanto não há uma decisão definitiva sobre o caso, o PSDB não tem que se preocupar com qualquer tipo de desdobramento.
“Nesse momento não é uma preocupação para o partido. Ainda existem recursos, o processo está em andamento, não vejo problemas neste momento”.
Entretanto, questionado sobre os efeitos de uma possível condenação de Azeredo em última instância, o deputado evitou fazer qualquer tipo previsão.
“Caso se confirme a condenação será outro caso. Não podemos afirmar nada agora, é uma interrogação”.

Entenda o caso
Eduardo Azeredo foi denunciado por envolvimento em um esquema de corrupção que teria favorecido sua campanha para a reeleição ao governo em 1998.
A acusação é de que ele teria desviado cerca de R$ 3 milhões de três estatais mineiras: a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). Os recursos teriam sido enviados às empresas do publicitário Marcos Valério, que seria o operador do esquema. Atualmente, Valério cumpre pena de 37 anos pela participação no mensalão.

Em primeira instância, Azeredo foi condenado a 20 anos e 10 meses por peculato e lavagem de dinheiro. O Ministério Púbico e a defesa recorreram pedindo o aumento da pena e a absolvição consequentemente.

No julgamento da última terça-feira, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, relator do processo, votou pela absolvição do réu, alegando falta de provas que liguem Azeredo aos crimes. Todavia, o revisor Pedro Vergara e o vogal Adilson Lamounier divergiram do relator e mantiveram a condenação.

Segundo apurou a Agência Brasil, no recurso, a defesa do ex-governador alegou que houve omissões na sentença anunciada em dezembro do ano passado. A suposta omissão é em relação às declarações de testemunhas que inocentavam Azeredo. O mineiro nega as acusações.

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