Turismo religioso: Minas lança maior rota do Brasil, ligando o Santuário da Piedade ao de Aparecida

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
09/08/2017 às 20:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:00
 (Manoel Marques/Imprensa MG)

(Manoel Marques/Imprensa MG)

Para incentivar e promover a tradição da cultura religiosa, Minas Gerais vai contar, a partir de setembro, com a rota oficial Caminho Religioso da Estrada Real (CRER). O lançamento será feito durante o II Salão Nacional do Turismo Religioso, em Caeté, região central do estado, no mês de setembro.

Inspirado no consagrado Caminho de Santiago de Compostela, da França à Espanha, o CRER tem como objetivo desenvolver e estruturar o segmento de turismo religioso em Minas Gerais a partir da formatação de produtos turísticos associados à religiosidade.

A ideia surgiu em 2001, quando dois caminhantes, com apoio do Instituto Estrada Real (IER) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), percorreram, em 36 dias, toda a Estrada Real, identificando as principais necessidades para sua consolidação. Entre 2002 e 2004, depois de rigoroso levantamento e demarcação, foram fixados os marcos sinalizadores.

A rota cruza os municípios mineiros de Caeté, Sabará, Raposos, Barão de Cocais, Nova Lima, Santa Bárbara, Rio Acima, Catas Altas, Itabirito, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, São Brás do Suaçuí, Entre Rios de Minas, Casa Grande, Lagoa Dourada, Prados, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, São João del Rei, Carrancas, Cruzília, Baependi, Caxambu, São Lourenço, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, Itamonte, Itanhandu e Passa Quatro – e os paulistas Cruzeiro, Cachoeira Paulista, Canas, Lorena, Guaratinguetá e Aparecida.

Para marcar o caminho percorrido, o turista poderá adquirir um passaporte, onde registrará as cidades onde esteve. Estes carimbos estarão disponíveis nos pontos de apoio do CRER, geralmente localizados nas secretarias paroquiais de cada município ou nos pontos de informações turísticas da cidade.

Ao final do percurso, seja no Santuário Nossa Senhora Aparecida ou no Santuário Nossa Senhora da Piedade, o peregrino que apresentar o seu passaporte totalmente carimbado, receberá um certificado de conclusão de todo o Caminho Religioso da Estrada Real.

Com o lançamento do CRER, a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (Setur-MG) aposta na diversificação da oferta turística das regiões que abraçam a rota. “Vale ressaltar que, desde o período colonial, Minas Gerais sempre deu grande valor ao turismo religioso e estamos trabalhando para que o setor continue crescendo e atraindo cada vez mais turistas, na expectativa de que o estado se desenvolva economicamente e continue sendo referência para os fiéis”, disse o secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais, Ricardo Faria.

Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontam que 8,1 milhões das viagens domésticas no Brasil são motivadas pela fé. “Por meio do Caminho Religioso da Estrada Real, os peregrinos poderão conhecer nosso estado não apenas pelas experiências de fé, mas também em suas mais variadas formas, como gastronomia, história e cultura”, completa Faria.

Romaria 500

Para comemorar os 250 anos de peregrinação ao Santuário Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, e os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, foi organizada a Romaria 550, que instalará oficialmente o CRER. No dia 3 de setembro, os participantes sairão a pé do Santuário da Piedade, chegando no dia 9 de outubro ao Santuário de Aparecida, quando será celebrada a missa solene, e o CRER será reconhecido como uma romaria oficial de peregrinação.

Para o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, “a singularidade do Caminho Religioso da Estrada Real reside na riqueza e na beleza do seu conjunto paisagístico e arquitetônico, particularmente sacro. Esse é um dos projetos com maior potencial turístico de Minas Gerais e, por isso, merece atenção de todos os mineiros. O CRER precisa estar no coração de cada mineiro, nos projetos empresariais e nos investimentos governamentais”.

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