Um espetáculo da natureza acontece diariamente em Piaçabuçu

Paulo Leonardo - Hoje em Dia
21/05/2014 às 08:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:40
 (Paulo Leonardo/Hoje em Dia)

(Paulo Leonardo/Hoje em Dia)

A escuna segue pelo Velho Chico, mansa, mas firme, sem se deixar abalar por uma ou outra onda mais graúda que se aventura na frente da embarcação. As ondas vão aumentando de frequência e tamanho à medida que nos aproximamos de Piaçabuçu. Essa cidade, cujo nome é a única palavra na língua portuguesa a ter dois “cês-cedilhas”, marca o encontro das águas do Rio São Francisco com o Oceano Atlântico. A foz do São Francisco é um dos pontos turísticos mais bonitos do Estado de Alagoas, assim como do de Sergipe. Afinal, o rio marca a divisa natural entre os dois estados.


O passeio à foz pode começar ainda na capital alagoana, Maceió, em uma excursão de dia inteiro, ou na cidade de Penedo, a principal do sul de Alagoas e a mais próxima de Piaçabuçu.


De Maceió, são 135 quilômetros de estrada – quase toda em boas condições – até Piaçabuçu, a cidadezinha mais próxima do encontro das águas. Nas agências e operadoras de Maceió, como a WS Turismo, o valor por pessoa, somente o ônibus, custa a partir de R$ 50. Acrescenta-se mais R$ 40 pela estrutura local, que inclui o trajeto em escuna até a foz.


O grupo desce na região portuária da cidade e já segue para as escunas, que costumam receber até mais de 100 pessoas – tudo dentro dos limites de segurança, garantem os condutores das embarcações.

 

A partir de Penedo


Seu passeio à foz pode ser a partir de Penedo, caso você opte por pernoitar nessa pitoresca cidade histórica, capital da colônia holandesa no Nordeste, comandada por Maurício de Nassau. Penedo foi erguida às margens do Velho Chico, principal via de entrada no Nordeste naqueles tempos.


De Penedo, a bordo de escunas, são 45 minutos pelo São Francisco até Piaçabuçu, onde se desembarca no Pontal do Peba (última faixa de terra alagoana antes do encontro com o mar). De lá, segue-se em pequenos barcos até o encontro das águas, um espetáculo único, em que as águas um pouco mais escuras do grande rio se encontram com as do Atlântico, mais claras e agitadas.


Antes ou depois da visita à foz, tempo para passear pelo Pontal do Peba e comprar o bonito artesanato do povo local, que tem no turismo uma de suas poucas fontes de sustento.


Coqueirais a se perder de vista, mas produção já tem dono


“Piaçabuçu”, em língua indígena, significa “palmeira grande”. Realmente, vemos muitas palmeiras na região, mas o forte nesse cenário são os coqueiros. Impressiona a quantidade de coqueirais que abundam o caminho de Maceió até Piaçabuçu. Chega a ser enjoativo ver tantos coqueiros, praticamente o tempo todo, dos dois lados da estrada. O maior coqueiral fica na Fazenda Gunga – que pertence à Praia do Gunga, uma das mais bonitas do Estado, e cujo acesso pode ser feito somente por barcos.


Mas todo esse visual do imenso coqueiral é só para ver – e de longe. Isso porque toda a produção da fazenda é comprometida com o abastecimento de uma companhia que fabrica leite e água de coco. É por isso que a água de coco natural, da fruta mesmo, nas praias do Gunga e do Francês custa, em média, mais cara do que em outros lugares. É porque o coco vem do vizinho Estado de Sergipe, e não de Alagoas, já que a maior parte dele já está comprometida com a industrialização.
 

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