Ushuaia - Um passeio no "fim do mundo"

Elemara Duarte - Hoje em Dia (*)
10/07/2013 às 07:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:55

USHUAIA – Está aberta a temporada de neve no “fim do mundo”. Paisagens monocromáticas e silenciosas são o retrato da cidade mais austral do planeta, o que atesta a chancela. Ushuaia fica na Ilha da Terra do Fogo, na Patagônia, no finalzinho da Cordilheira dos Andes, a cerca de mil quilômetros da Antártida. E é por essa e outras razões que ela consegue ser tão exótica.
  Uma facilidade: desde o início de junho, voos diários e diretos, pela Aerolíneas Argentinas, saem de Belo Horizonte para Buenos Aires e, de lá, para as terras fueguinas.

Ushuaia é um cidade turística como diversas outras, mas distante de qualquer outro centro urbano. Entenda isso como possibilidade de ar puro e fresco, que nem nos destinos mais interioranos do Brasil ainda se encontra.
Neve
“Em 2007, os brasileiros eram menos de 10% dos turistas em Ushuaia, no inverno. Hoje, 70% de nossos visitantes vêm do país e todos querem ver neve”, informa o secretário de turismo de lá, Daniel Leguizamón. “E neve é o que mais temos”.

Ushuaia, tem cerca de 60 mil habitantes e ares bucólicos. “O que mais gosto aqui é da segurança e da tranquilidade”, aponta o inspetor sanitário e taxista Luis Alberto Villegas, 46 anos, nascido e criado no município.

No trabalho de inspetor, ele fiscaliza a qualidade dos alimentos que chegam na cidade. “Por causa do gelo, não há como plantar muita coisa, por isso, tudo chega de barco ou de caminhão, vindo do norte da Argentina”, diz.





Chipa, o pão de queijo do gelo

 

Centolla, cordeiro fueguino e medialuna, além de muitos doces: os tradicionais alfajores, flans, churros e os cremosos helados. Até chipa tem em Ushuaia. Entendeu pouco dessa história?

Vamos começar por aquilo que mais tem a ver com os mineiros: a chipa, que é igual ao nosso pão de queijo. Aliás, igualzinho. O padeiro Patricio Alejandro diz que a chipa também é comum no Uruguai.

“Fazemos com farinha de mandioca”, explica Alejandro, proprietário da padaria Dody Churros, no centro de Ushuaia. O pacote com seis pãezinhos custa 10 pesos – o equivalente a R$ 4. No mesmo lugar, a especialidade mesmo são os churros, a partir de 4 pesos – R$ 1,70. As medialunas e os alfajores, com gosto caseiro, saem a partir de 5 pesos – R$ 2.

A sofisticada cetolla é um megacaranguejo que vive em áreas profundas. Vários restaurantes da cidade oferecem o prato. Cada unidade serve para quatro pessoas, calcula o chef Lino Adillon, do Restaurante Volver. O preço: 400 pesos – R$ 170.

Mãos

“Chegamos a vender 15 centollas por noite”, estima. O prato deve ser degustado sem cerimônia: com as mãos. Mais populares, os cordeiros fueguinos, assados na brasa, são o “arroz com feijão” da gastronomia local. Uma boa dica, no centro, é a churrascaria La Estancia, com esquema de self-service como os brasileiros preferem.

Nos restaurantes dos centros invernais, as porções para três pessoas veem acompanhadas de papas (batatas) e pães. Saem por cerca de 155 pesos – R$ 65 – por pessoa, no Morada Del Aguilla, no Cerro Castor.

Mesmo no frio abaixo de zero, quando o assunto é doce, não podem faltar os sorvetes ou helados. Uma das mais completas sorveterias, no centro, é a Don Lito, que oferece 36 sabores. São sorvetes mais encorpados e cremosos. A partir de 10 pesos – R$ 4 – a bola.


(*) A repórter viajou a convite da Aerolíneas Argentinas

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