Um em cada dez trabalhadores de BH virou MEI; Sebrae promove semana com cursos gratuitos

Paulo Henrique Lobato
17/05/2019 às 19:54.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:42
 (Riva Moreira )

(Riva Moreira )

Maria Aparecida Silva, de 57 anos, ganhava a vida na informalidade: fazia as unhas de amigas na própria casa. Após sugestão de um vizinho, ela se tornou um microempreendedor individual (MEI). “Passei a ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), o que me deu direito a uma máquina para cartões. Montei um salão de beleza e as vendas cresceram”. 

Assim como ela, uma multidão em Belo Horizonte se tornou empreendedor via MEI. Hoje, esse universo soma 164 mil registros, o correspondente a 12% da chamada População na Força de Trabalho na capital, formada por 1,428 milhão de pessoas. A nomenclatura, antigamente conhecida como População Economicamente Ativa (PEA), é calculada pelo IBGE. E a tendência, segundo especialistas, é que esta proporção suba nos próximos anos.

No Estado, o microempreendedor individual, criado há 10 anos e que limita o faturamento anual em R$ 81 mil, reúne quase 1 milhão de CNPJ’s. A primeira colocação no ranking de atividades, num total de quase 85 mil empresas, é justamente o grupo de salão de beleza (cabelo, manicure e pedicure). Só neste ano, mais de dois mil microempreendedores individuais se formalizaram em Minas, onde os aproximadamente 941 mil formalizados correspondem a 11% dos MEIs do país.

Necessidade

Mas é importante diferenciar o empreendedorismo por oportunidade, quando a pessoa está preparada para montar o próprio negócio, do por necessidade, que é aquele em que o investidor abre uma empresa por impulso, usando, por exemplo, o FGTS após ser demitido.

“Muitas vezes, as pessoas que abrem o negócio por necessidade não estudam o mercado, vão pelo caminho mais fácil, como um salão de beleza ou o preparo de alimentos. Partem para os serviços operacionais e não se preparam gerencialmente. O empreendedor por necessidade sempre vai existir, obviamente, mas existem épocas que eles estão mais na ‘moda’, digamos assim”, alerta Viviane Soares, analista do Sebrae Minas. 

O que a especialista quer dizer é que o humor da economia nacional funciona como um fermento tanto para o empreendedorismo por oportunidade quanto o por necessidade. 

Na hipótese de a economia se fortalecer, negócios são abertos por oportunidade. Já na época de desemprego alto, que em Minas atingiu o patamar de 11,2% no acumulado do primeiro trimestre de 2019, segundo o IBGE, o empreendedorismo por necessidade se torna um risco de a pessoa investir indevidamente o dinheiro que tem.<EM>

Atendimento gratuito

Para evitar casos de investimentos perdidos, o Sebrae vai realizar de 20 a 24 de maio a Semana Nacional do MEI. Em Belo Horizonte, haverá palestras, oficinas e atendimentos gratuitos (veja programação na página 3).
“A Semana Nacional do MEI é uma possibilidade de aprender, trocar ideias e fazer rede de contatos”, reforça a analista do Sebrae. 

Maria Aparecida, a mulher que ganhava a vida fazendo unhas das amigas, seguiu o caminho certo. Após se preparar para a formalização, ela alugou uma loja e o salão de beleza deu uma guinada.

“Daí comecei a colocar roupas para vender no salão. O negócio melhorou ainda mais e precisei alugar uma loja maior”, disse.
Segundo Viviane, os jovens também estão mais entusiasmados com a vida do empreendedorismo. “Eles estão se preparando mais para o futuro. Atualmente, há programas nas escolas para o empreendedor”, destaca a analista do Sebrae Minas. Editoria de Arte 

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