Unasul pede a Equador e Grã-Bretanha que negociem solução para Assange

AFP
19/08/2012 às 21:45.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:35
 (AFP)

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GUAYAQUIL, Equador- A Unasul pediu neste domingo (19) ao Equador e a Grã-Bretanha que iniciem uma "negociação direta" para solucionar o conflito causado pelo asilo a Julian Assange, e apoiou Quito ante a eventualidade de uma invasão de sua embaixada em Londres para prender o fundador do site WikiLeaks.

Os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas, reunidos em Guayaquil, manifestaram solidariedade ao Equador e pediram às partes que continuem "o diálogo em busca de uma solução aceitável para os dois países", diz a declaração conjunta, lida por seu secretário-geral, o venezuelano Alí Rodríguez.

No texto, os ministros declaram "solidariedade e apoio ao governo do Equador ante a ameaça de violação da sede de sua missão diplomática", e reiteram "o direito soberano dos Estados de conceder asilo". Também condenam a "ameaça de uso da força entre os Estados", e reafirmam "o princípio do direito internacional de que não se pode invocar o direito doméstico para deixar de cumprir uma obrigação do direito internacional"

Os chanceleres da Unasul reuniram-se um dia depois dos da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), convocados pelo Equador, que afirma que o governo britânico ameaçou invadir sua embaixada para prender Assange.

Participaram do encontro os chanceleres de Equador, Ricardo Patiño; Venezuela, Nicolás Maduro; Colômbia, María Angela Holguín; Uruguai, Luis Almagro; Peru, Rafael Rocagliolo; e Argentina, Héctor Timmerman.

"O Equador agiu corretamente. Quando Assange chegou a sua embaixada, deu a ele um tratamento digno e procurou resolver a situação através do diálogo. É a Grã-Bretanha que, com esta declaração ameaçadora, desrespeita as regras do jogo", afirmou o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, após a reunião com colegas e outros representantes de 10 países sul-americanos.

"Se medirmos as forças dos dois países, as diferenças são astronômicas. Se compararmos a razão dos dois países, a razão está conosco", garantiu o chanceler do Equador, Ricardo Patiño.

"Esperamos que o Reino Unido possa tomar as medidas necessárias para voltar ao diálogo" com o Equador, disse o secretário-geral da Unasul, Alí Rodríguez.

Londres insiste em extraditar Assange, 41, para a Suécia, onde ele é procurado por acusações de agressão sexual, que nega. O fundador do WikiLeaks teme que a Suécia o extradite para os Estados Unidos, onde ele poderia ser julgado por espionagem devido à publicação de centenas de milhares de documentos secretos do Departamento de Estado.

O número 2 do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, indicou hoje à AFP que um compromisso da Suécia de não extraditar Assange poderia ajudar a resolver o impasse: "Seria uma boa base para negociar, uma maneira de encerrar este assunto, se as autoridades suecas declarassem, sem nenhuma reserva, que Julian nunca será extraditado da Suécia para os Estados Unidos."

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