A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) confirmou no início da noite desta terça-feira (14) que recebeu os documentos solicitados à unidade Ipatinga da Usiminas, após a explosão do gasômetro na última sexta-feira (10).

No entanto, foi identificado pelo órgão estadual que as informações necessitam de complementação. Por esta razão, a Semad enviou ofício eletrônico à empresa solicitando informações complementares. O prazo para que a empresa entregue o restante da documentação não foi informado.

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), foram entregues laudos referentes à integridade física das estruturas, monitoramento da área onde o acidente ocorreu e o certificado de calibração dos equipamentos. A documentação está sendo analisada pela equipe técnica da Semad.

Investigação

Nessa segunda-feira (13), a 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ipatinga, no Vale do Aço, instaurou inquéritos civil e criminal para investigar a explosão do gasômetro da Usiminas, ocorrido na última sexta, em Ipatinga, e apurar a possibilidade de danos ambientais, ocorrência de crime ambiental de poluição e delitos de lesão corporal, tendo em vista que 34 empregados e colaboradores da usina ficaram feridos.

A empresa informou que as causas do acidente estão sendo apuradas pelas equipes técnicas, com a presença das autoridades competentes e que, desde o primeiro momento, a Usiminas tem disponibilizado todas as informações solicitadas pelos órgãos públicos.

Outros acidentes

No fim da manhã dessa segunda-feira (13), um eletricista industrial, de 36 anos, sofreu um acidente de trabalho na siderúrgica da Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço. O acidente com o prestador de serviço é o terceiro seguido na usina, registrado em seis dias. O prestador de serviço segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, no Vale do Aço, em estado de saúde estável.

O trabalhador, que é terceirizado e registrado na empresa Inner Soluções em Automação, deu entrada no hospital às 11h49, e precisou passar por cirurgia para a amputação do braço direito, que ficou preso na correia transportadora da sinterização durante uma manutenção programada.

Com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Inner, empresa de origem do prestador de serviço acidentado, informou através do escritório de administração que os três diretores responsáveis pela emprese se encontram em Ipatinga, junto com a família do trabalhador, para acompanhar a situação do funcionário, e que aguarda o relatório oficial do hospital sobre o caso para tomar as devidas providências em relação ao acidente de trabalho.

Sobre o acidente sofrido pelo prestador de serviço que teve o braço amputado, a Usiminas informou através de nota que não tem nenhuma relação com os dois acidentes anteriores registados dias antes, e que está apurando as circunstâncias do fato.

Na última sexta-feira (10), um gasômetro da empresa explodiu deixando 34 pessoas feridas e paralisou os trabalhos na usina. O número de vítimas e a gravidade dos ferimentos não foram maiores porque o acidente aconteceu no horário de almoço dos trabalhadores. Até o momento, o fato gerador da explosão não foi divulgado.

No dia 8 de agosto, um outro empregado terceirizado, de 38 anos, empregado da Abreu Manutenção Operação Industrial (Amoi), morreu quando trabalhava na manutenção de um dos equipamentos da aciaria, onde o ferro-gusa é convertido em aço.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), o trabalhador estava em uma escada marinheiro, a oito metros de altura, quando foi atingido por um vazamento de gás que saiu da tubulação de retorno para o gasômetro. Ele ficou dependurado, inalando o gás e morreu no local.

Ainda de acordo com o Sindipa, no mesmo acidente, um trabalhador também foi atingido pelo gás e precisou ser hospitalizado.

A Usiminas não confirmou as informações divulgadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região, mas afirmou que as motivações dos três acidentes ocorridos em seis dias  são investigadas.

Retomada dos trabalhos

Na tarde da sexta-feira (10), após socorrer todos os feridos e ter a constatação por parte do Corpo de Bombeiros de que não havia mais riscos, os trabalhos em setores que não dependiam das operações na área onde ocorreu a explosão como despacho, laminação a frio e unigal prosseguiram normalmente.

Nessa segunda-feira (13), os alto fornos nº 1 e 2 voltaram a funcionar. Nesta terça-feira (14) foi a vez de retomar as atividades dos laminadores de chapas grossas. Os reinícios das operações do alto forno nº 3 e da produção de tiras a quente estão programados para quarta-feira (15) e quinta-feira (16) respectivamente.

Em nota, a Usiminas informou que realizou uma “rigorosa vistoria em todas as áreas da usina” e garante que não há e que em nenhum momento houve risco para a comunidade de Ipatinga.

A Usiminas informou também que não tem estimativa dos prejuízos, e que os cálculos são feitos sem previsão de conclusão. A empresa afirma que, mesmo sem saber os valores dos danos provocados pela explosão ocorrida na última sexta-feira (10) na usina, a siderúrgica “possui seguro para este tipo de evento, incluindo seguro do equipamento que explodiu, ressarcimento de danos a terceiros e lucros cessantes, e já está tomando as medidas necessárias junto à seguradora”.

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