Usiminas fecha acordo de moratória com bancos

José Antônio Bicalho - Hoje em Dia
19/03/2016 às 08:51.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:11

A Usiminas fechou acordo de stand still (moratória no pagamento dos compromissos financeiros) de 120 dias com um pool de nove bancos credores. Com isso, a empresa ganhou tempo para fazer a prometida operação de capitalização de R$ 1 bilhão, via aumento de capital (lançamento de ações). Na reunião do Conselho de Administração da empresa, acontecida nessa sexta-feira (18) em São Paulo, os sócios aprovaram os termos do stand still e a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) dos acionistas para ratificar a operação de capitalização, marcada para dia 18 do próximo mês.

A Usiminas atravessa atualmente uma grave crise de liquidez. A empresa apresentou prejuízo no ano passado de R$ 3,685 bilhões, registrou geração de caixa negativa nos dois últimos trimestres do ano e encerrou 2015 com uma alavancagem (dívida sobre receita líquida) de 20 vezes. De acordo com fontes qualificadas de dentro da empresa, a moratória dos compromissos financeiros seria inevitável já que o caixa da empresa iria a zero antes do final deste mês.

Foi para evitar acumular dívidas vencidas e não pagas, o que poderia gerar pedidos de falência, que a Usiminas negociou a moratória com os bancos e estruturou o plano de capitalização.

A capitalização se dará por meio do lançamento de ações ordinárias (com direito a voto) em montante equivalente a R$ 1 bilhão. O grupo japonês Nippon Steel & Sumitomo, um dos sócios controladores da Usiminas, se comprometeu a comprar o equivalente a R$ 300 milhões em ações e mais toda a sobra caso os minoritários não manifestem interesse.

Ainda não se sabe se o outro sócio controlador, o grupo ítalo-argentino Techint/Ternium, acompanhará a operação já que sua proposta, derrotada na reunião do conselho, era de uma capitalização menor, de R$ 563 milhões. A Nippon se comprometeu a bancar sozinha todo o R$ 1 bilhão caso Ternium não aporte recursos.

Além desse dinheiro, será repassado para o caixa da Usiminas até R$ 900 milhões que estão no caixa da controlada Mineração Usiminas. De acordo com cálculos que embasaram a operação de capitalização, o montante de R$ 1,9 bilhão, somado à renegociação e alongamento da dívida da empresa com os bancos (cerca de 7,9 bilhões), seria suficiente para garantir que a empresa atravesse a atual fase de crise mundial do setor siderúrgico.

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