Vítima da crise, resort Águas do Treme deixa de receber turistas em Minas

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
12/03/2015 às 07:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:19
 (AGUAS DO TREME/DIVULGACAO)

(AGUAS DO TREME/DIVULGACAO)

Primeiro resort de luxo com pescaria da América Latina, o Águas do Treme, do grupo Andrade Gutierrez, não recebe mais hóspedes. Com um lago artificial de 60 hectares, quadros de Cândido Portinari na decoração e uma réplica da Igreja da Matriz de Nossa Senhora do Laredo, de Salvador, o hotel localizado em Inhaúma, a 83 quilômetros de Belo Horizonte, agora só abre as portas para eventos fechados.

O Águas do Treme é mais uma vítima da crise enfrentada pela rede hoteleira na capital e região metropolitana. Ao todo, só neste ano, 500 funcionários do setor perderam o emprego, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG). E novas demissões não estão descartadas, lamenta a presidente da entidade, Patrícia Coutinho.

“A invasão de hotéis para a Copa não foi acompanhada de investimentos em locais para eventos e atrações para o turismo de negócios e lazer. A situação é de caos. E se nada for feito, mais hotéis fecharão as portas e mais gente ficará desempregada”, adverte.

Sem hóspedes, o Matiz Square, na região hospitalar, virou condomínio. O Liberty, na Savassi, passa por obras para ser transformado em prédio comercial. No mesmo bairro, o Promenade Volpi agora é flat. E os 12 apartamentos do Águas do Treme já não recebem mais turistas. No site do empreendimento de luxo, um aviso informa que o “hotel está fechado para hospedagem ou day use no formato atual”.

Segundo o responsável pela administração do Águas do Treme, José Reis, o resort passa por reformulação por uma decisão interna dos proprietários. “Estamos em fase de comunicação com clientes de fornecedores. Em breve teremos informações sobre novos projetos no local”, informou.

Sócio da JR & MvS Consultores, Maarten Van Sluys diz que a concorrência pode ser benéfica para o consumidor, que tem mais opções de escolha. Já para o setor, a oferta bem maior que a demanda provoca uma guerra tarifária predatória. “Os antigos hotéis são os que mais sofrem, assim como aqueles com localização desprivilegiada”, diz.

O especialista e a presidente da ABIH-MG ainda criticam a Prefeitura de Belo Horizonte, que incentivou a construção de hotéis por meio de lei, mas agora cancela a participação da cidade em editais para fomento do turismo. A assessoria de imprensa da PBH disse que o cancelamento dos editais é apenas uma possibilidade, em função da situação econômica do país.

 
 

 

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