Vale suspende disposição de rejeitos em barragem do Complexo de Itabira

Da Redação*
21/10/2019 às 18:27.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:20
Simulado prático de emergência será realizado em Itabira (Heitor Bragança/Rádio Liberdade)

Simulado prático de emergência será realizado em Itabira (Heitor Bragança/Rádio Liberdade)

A Vale anunciou nesta segunda-feira (21) que paralisou a disposição de rejeitos na barragem Itabiraçu, no Complexo de Itabira, na região Central de Minas. Segundo a mineradora, durante a paralisação, a barragem adotará o protocolo de emergência Nível 1, de acordo com os parâmetros da Agência Nacional de Mineração (ANM), sem a necessidade de evacuação da população na região.

A mineradora esclareceu que a barragem teve sua Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) emitida no último dia 30 de setembro, e ela ainda está válida. Mas a decisão de interromper a disposição de rejeitos partiu da própria empresa, em acordo com órgãos de fiscalização, para que sejam feitos estudos complementares sobre as características geotécnicas da barragem. Essa análise será realizada por uma empresa contratada pela mineradora.

A mineradora informa ainda que o impacto da paralisação da barragem, que recebe rejeitos da mina de Conceição, ficará limitado a 2019 com cerca de 1,2 milhão de toneladas. Isso porque o plano de produção de 2020 já previa a interrupção momentânea da barragem durante a maior parte do próximo ano. Conforme a Vale, o plano de retomada da produção paralisada de aproximadamente 50 toneladas permanece inalterado.

A Defesa Civil de Minas Gerais confirmou a elevação do nível de emergência em duas barragens: Itabiruçu, da Mina Conceição, e da barragem de Santana, da Mina Cauê. Segundo o órgão, a população não precisa ficar preocupada com a estabilidade das estruturas. 

"Trata-se de um procedimento da empresa, devido a atividades internas, estando as ações sob o controle da Vale, auditadas pela Aecom. No momento, o nível 1 serve somente para essas atividades internas. Não há, portanto, nenhuma ação a ser feita pelos órgãos de defesa civil e nem a necessidade de evacuação da população", afirmou a Defesa Civil.

Paralisação em agosto

Em agosto, a Vale chegou a paralisar os trabalhos nas obras de alteamento da barragem Itabiruçu, após a identificação de uma alteração decorrente de assentamentos do terreno. Itabiruçu tem 220 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, número 18 vezes maior que a estrutura que se rompeu em janeiro em Brumadinho, mas foi construída pelo método jusante, que é mais seguro. 

* Com Estadão Conteúdo

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